Mais uma vez fui ao cinema. Uma
biografia de Lee Miller, fotografa da Vogue, baseada numa entrevista que dá ao
seu próprio filho.
Realizado por Ellen Kuras, é
apresentado em vários “Flasbacks” devido a fotografias que vão sendo
apresentadas e relatadas pela protagonista. Bom filme, com uma realização
bastante linear que poderia ser, quanto a mim, melhor apresentado e explorado.
Kate Winslet dá vida a Lee
Miller, uma modelo da Vogue, que deixa a vida de boémia a que estava habituada
e se torna fotografa da revista. Sempre com ânsia de “fazer mais” e já em
Londres para onde se deslocou para seguir o seu companheiro, o pintor britânico,
Roland Penrose, tenta que a mandem para a frente de combate onde não eram
permitidas mulheres. Mas Lee Miller não descansa e se não consegue pela
Inglaterra, tenta a Vogue americana e é-lhe conseguida uma autorização. E a
partir daí vemos Lee Miller em várias situações perigosas e constrangedoras
quando visita os campos de concentração já abandonados pêlos alemães. Mas se
Lee Miller se entristece e comove com as cenas que fotografa, acaba também por
se mostrar mordaz quando, acompanhada pelo seu compatriota David E. Scherman,
também ele fotógrafo de guerra, visitam a casa de Hitler e Eva Braun e se faz
fotografar banhando-se na banheira do Fuher com a sua fotografia ao lado.
Lee Miller relata tudo isto a seu
filho que, praticamente não conhece a mãe, referindo-lhe episódios da sua vida
que nunca contara a ninguém. Ficamos a saber que, em criança, teria sido
violada por um visitante habitual da casa de seus pais.
Tudo muito seguido e contado com
naturalidade. Como atrás referi poderia ter sido melhor explorado.
Kate Winslet revela-se uma
excelente actriz a e sua caracterização entre mulher nova e de meia-idade é
muito bem conseguida.
Não é genial, mas vê-se muito
bem.