terça-feira, 15 de outubro de 2024

Lee Miller – Na linha da frente

 

 

Mais uma vez fui ao cinema. Uma biografia de Lee Miller, fotografa da Vogue, baseada numa entrevista que dá ao seu próprio filho.

Realizado por Ellen Kuras, é apresentado em vários “Flasbacks” devido a fotografias que vão sendo apresentadas e relatadas pela protagonista. Bom filme, com uma realização bastante linear que poderia ser, quanto a mim, melhor apresentado e explorado.

Kate Winslet dá vida a Lee Miller, uma modelo da Vogue, que deixa a vida de boémia a que estava habituada e se torna fotografa da revista. Sempre com ânsia de “fazer mais” e já em Londres para onde se deslocou para seguir o seu companheiro, o pintor britânico, Roland Penrose, tenta que a mandem para a frente de combate onde não eram permitidas mulheres. Mas Lee Miller não descansa e se não consegue pela Inglaterra, tenta a Vogue americana e é-lhe conseguida uma autorização. E a partir daí vemos Lee Miller em várias situações perigosas e constrangedoras quando visita os campos de concentração já abandonados pêlos alemães. Mas se Lee Miller se entristece e comove com as cenas que fotografa, acaba também por se mostrar mordaz quando, acompanhada pelo seu compatriota David E. Scherman, também ele fotógrafo de guerra, visitam a casa de Hitler e Eva Braun e se faz fotografar banhando-se na banheira do Fuher com a sua fotografia ao lado.

Lee Miller relata tudo isto a seu filho que, praticamente não conhece a mãe, referindo-lhe episódios da sua vida que nunca contara a ninguém. Ficamos a saber que, em criança, teria sido violada por um visitante habitual da casa de seus pais.

Tudo muito seguido e contado com naturalidade. Como atrás referi poderia ter sido melhor explorado.

Kate Winslet revela-se uma excelente actriz a e sua caracterização entre mulher nova e de meia-idade é muito bem conseguida.

Não é genial, mas vê-se muito bem.