Como impecável ateu
totalmente convicto, gosto de temas religiosos e, sempre que posso, procuro ler
e estudar esses temas fazendo comparações e tirando analogias. Já há alguns
anos vi na TV um filme que, não sendo nenhuma obra de arte, me pareceu
interessante pelo tema. Ontem por mero acaso ao fazer um zapping encontrei-o e
revi-o. Gosto de rever filmes na TV porque, normalmente, estou mais atento e
aprecio mais pormenores.
Em Jerusalém, “sede” das
3 religiões do Livro, um residente muçulmano, resolve abrir uma cave por baixo
da sua loja e, ao fazerem-se as escavações, aparecem vários indícios da
existência de um túmulo de certeza pertencente a um homem rico. Obviamente o governo
de Israel nomeia uma arqueóloga para tomar conta da escavação. Ao derrubar uma
parede de argila é encontrado o túmulo onde jaz um esqueleto bem conservado, de
corpo inteiro e, com perfurações nos pés e mãos onde se notava alguma ferrugem.
Ao mesmo tempo é encontrada uma moeda, normalmente usadas para datação dos
túmulos, do tempo de Pôncio Pilatos. Feitas as datações pelo carbono 14
obteve-se a data do século um. Convicta que descobriu o túmulo e o corpo de
Cristo, a nossa arqueóloga alerta as autoridades e aí começam as grandes
quezílias entre as 3 religiões, não só pela possibilidade de colocar em causa o
dogma de ressurreição na igreja católica, mas também as questões políticas,
pois os muçulmanos temendo acordos entre cristãos e judeus, vêem em causa a sua
determinação de obterem a cidade como sua capital. O Vaticano, a tremer por
todos os lados, resolve enviar um padre investigador, sobrinho do papa que,
durante a guerra pertenceu aos serviços secretos, com a missão de desmascarar a
situação de modo a que se repusesse uma “verdade”, que deixasse tudo como
dantes.
Esse padre (António
Banderas), junto com a arqueóloga israelita, por acaso bem bonita, continuam as
investigações e estudos e cada vez mais a fé do nosso padre começa a esmorecer
pois indícios cada vez mais fortes, apontam mesmo para que seja o corpo de
Cristo. Entretanto começa a violência. Os ortodoxos atacam todas e quaisquer
escavações pois não aceitam que mortos sejam “molestados”. Os israelitas querem
a verdade doa a quem doer e os cristãos querem o desaparecimento do “corpo” sem
que se chegue a uma conclusão definitiva.
Começa aqui a parte da
qual gostei menos no filme. Num dos ataques à escavação, o nosso padre é ferido
e a arqueóloga foge com ele e leva-o para sua casa onde vive com um casal de
filhos já quase adolescentes. Viúva de um marido morto no Líbano começa a interessar-se
demasiado pelo padre e uma noite, enquanto este dorme, beija-lhe as mãos e
deposita-lhe um leve beijo nos lábios. Entretanto um chefe muçulmano, rapta os
filhos da arqueóloga e exige que o “corpo” lhe seja entregue. Temendo pela vida
dos filhos a rapariga mais o dono da loja onde é a escavação, metem os ossos
num saco e rumam ao encontro do terrorista. O padre segue-os noutro carro e
acaba tudo aos tiros. Os putos são libertados e o padre envolve-se em luta com
o terrorista que acaba largando uma granada. Conclusão: O terrorista morre, os
nossos heróis ficam feridos e os ossos desaparecem no incêndio que se segue à
explosão.
E assim, um filme que começa interessantíssimo
acaba em “coboiada”.
O padre regressa ao
Vaticano e chateia-se com bispo que o mandou para lá, pois nem ele nem os
Judeus estavam interessados na “verdade”, mas apenas a defenderem os seus
próprios interesses.
Acaba tirando o cabeção e
atira-o aos pés do bispo.
Mais tarde envia uma msg
à arqueóloga, colocando a mão nos lábios como se ainda sentisse o beijo que ela
lhe dera.
E dos ossos, mais nada…
fim piroso de um tema que merecia mais seriedade.
Elenco
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