domingo, 23 de abril de 2023

As Oito Montanhas

 

Farto das xaropadas “made in USA” escolhi ontem um filme italiano que me “cheirou”. E parece que tive faro. Um filme passado nos Dolomites nos Alpes italianos, paisagem agreste, mas impressionante, com mudanças radicais do Verão para o Inverno.

Um filme do casal Belga Felix van Groeningen - Charlotte Vandermeersch que mereceu um prémio do júri do festival de Canes. Este filme relata a amizade vivida por dois rapazes desde os 11 anos até à idade adulta que, mesmo com algumas separações não se perde. Pietro, um citadino de Torino ou Turim, vai passar férias a uma aldeia de montanha onde conhece Bruno um tratador de vacas que a mãe vai mantendo com o fabrico de queijos, pois o pai há muito que os deixou não sabendo por onde anda. O pai de Pietro, um admirador da montanha, leva-o em grandes passeios criando-lhe um amor pela montanha e pelas paisagens agrestes, mas maravilhosas, daquela região. Os dois rapazes percorrem aquelas paragens e só se encontram no Verão. Já adolescentes separam-se e só voltam a encontrar-se em adultos. É então que Pietro, já órfão de pai, convida Bruno para uma tarefa quase ciclópica, construir uma casa na montanha a partir de umas ruínas que o pai lhe deixara. Após a casa construída, Pietro deixa Bruno viver lá e vai conhecer o Nepal dado que o pai lhe deixa um diagrama com oito montanhas e um monte ao meio que quereria atingir. Bruno casa com uma amiga comum e tem uma menina e Pietro conhece no Nepal uma professora por quem se apaixona. Mas Pietro regressa à sua casa onde encontra Bruno já separado, pois a sua mulher não aguentou aquela solidão e a falta de iniciativa do marido para progredir noutra profissão mais estável do que a pobre produção de queijos. Pietro tenta ajudar o amigo que recusa essa ajuda. Mais uma vez se separam. Pietro volta a partir, mas volta sempre…

Agora vão ver o filme que vale a pena. Um hino à amizade verdadeira que mesmo com grandes períodos de separação nunca se perde.