domingo, 9 de junho de 2013

O Espaço-Tempo


Após ter escrito no meu anterior “post” que o tempo não tinha espaço, fiquei matutando no assunto pois recordei ter lido num livro, que o meu filho me ofereceu, escrito pelo cientista tetraplégico Stephen Hawking “ O Universo Numa Casca De Noz”, a noção de Espaço-Tempo. Disse logo para mim próprio que tinha metido água e, que alguns dos meus amigos mais atentos poderiam vir a dar-me na cabeça por aquela afirmação feita de ânimo leve. Fui logo buscar o livro, que tenho sempre à mão para consulta, não é coisa para ler de seguida, e abri-o no capítulo 2 “ A forma do tempo”
Segundo a relatividade generalizada de Einstein. O tempo tem forma. Ora logo aqui se compreende se há uma forma tem de haver espaço. No início de capítulo S. Hawking escreve:
“O que é o tempo? Será um ribeiro eterno que leva todos os nossos sonhos, como diz um hino antigo? Ou será antes uma linha de caminho-de-ferro com circuitos fechados e ramais, na qual é possível regressar a uma estação por onde já passámos sem inverter o sentido da marcha?”
Só aqui, meus caros amigos, já dá para ficar baralhado. Antes o tempo era distinto do espaço e visto como se fosse uma única linha de caminho-de-ferro infinita em ambos os sentidos. O tempo era considerado eterno. Einstein veio mudar tudo isto quando disse:
“ O espaço e o tempo estão inextricavelmente ligados. Não é possível curvar o espaço sem alterar também o tempo. Logo o tempo tem uma forma”
Isto baralha qualquer um. Pelo menos aqueles que como eu são leigos na matéria, mas dá para compreender se pensarmos um pouco. Fui depois à net procurar algo sobre o espaço tempo, e encontrei um site http://www.valdiraguilera.net/conceitos-fisica-moderna-4.html bastante interessante.
Ali li o seguinte:
A Física moderna, inaugurada com os trabalhos geniais de Einstein, veio mostrar-nos que nossos conceitos clássicos de espaço e tempo estavam equivocados. Da mesma forma que as três dimensões do espaço (largura, profundidade e altura) são convenções puramente subjetivas – não podemos separá-las, estão interligadas –, também não podemos separar o espaço do tempo. Espaço e tempo estão interligados. Não existe nada no espaço que também não tenha existência no tempo; e nada pode ter ocorrido no tempo que não tenha sido em algum lugar no espaço.
E mais:
Considere a seguinte situação: alguém pára seu carro num posto de gasolina na estrada e pergunta ao frentista (deve ser o empregado que está na frente): "A que distância está tal lugar?" Pode receber a seguinte resposta: "Está a cinco minutos daqui". O frentista (empregado) quantificou uma distância em termos de tempo!
Já deu para ver como eu estava enganado? Pois! Quem manda meter-me em caminhos ínvios?

Agora, meus caros, toca a ler sobre o assunto e queimar alguns neurónios. Não tenham medo que eles renovam-se pelo exercício mental.

sábado, 8 de junho de 2013

Conflito de gerações, medo ou irreverência?


Todos os dias, estando em Lisboa, vou nadar à piscina da Junta de Freguesia de Benfica. Vou a pé, de saco às costas, faço exercício físico e volto a casa mais bem-disposto. Ando nisto vai para três anos. Neste espaço de tempo e, acabei de escrever uma calinada porque tempo não tem espaço, direi antes, por todo este tempo, já fiz conhecimento com muitos dos companheiros que, como eu, gostam também de fazer o seu exercício físico. Eu sou dos mais velhos, mas aparecem lá de todas as idades. Todos nos cumprimentamos mesmo que sejamos desconhecidos. O “Bom dia” á chegada e o “Até à próxima” à saída, não custa nada a dizer e fica bem a todos. Enquanto nos despimos ou vestimos e até enquanto tomamos banho de chuveiro, vamos dizendo as nossas piadas e contando umas anedotas e, muitas vezes as conversas ficam bastante interessantes pelos temas versados.
Vem tudo isto para contar o seguinte episódio: Um destes dias, ao entrar, disse bom dia a três jovens, talvez na casa dos 16 aos 18, que já se encontravam equipados para irem nadar. Apenas um me respondeu e muito sumidamente, como se dizer-me bom dia lhe metesse medo ou se lhe caíssem os parentes na lama por cumprimentar um desconhecido. Regressámos findos os três quartos de hora de exercício e os rapazotes continuaram conversando entre eles animadamente. Após o banho e vestirem-se, saíram sem dizer água-vai. Ainda gritei bem alto “ Bom dia”, mas qual-quê, nem um foi capaz de me responder.
Uma das coisas que os meus pais me ensinaram, e depois todos os meus mestres, professores e militares dos Pupilos do Exército, onde estudei, foi que devíamos ser afáveis e educados para toda a gente, cumprimentando, agradecendo e pedindo as coisas por favor. Mais tarde tive oportunidade de leccionar, quer no Colégio Militar quer em instituições militares por onde passei e, aos meus alunos transmiti sempre que a educação cívica não fica mal a ninguém ao contrário da má educação que só afasta as pessoas e classifica muito mal quem a pratica.
O que será que leva a juventude a proceder assim? Não sou psicólogo nem sociólogo para os poder classificar, mas dá-me a sensação que agem assim por medo. E este medo é o da aproximação. Talvez não se queiram aproximar por depois não serem capazes de estabelecer ligações com pessoas estranhas ao seu meio e com conhecimentos e gostos diferentes. Será? Mas também poderá ser por irreverência. Os mais velhos estão fora do seu mundo e eles não querem que se metam nele… será?
Outra coisa que reparei foi que os rapazes não se despiram ao pé de nós. Ali todo o mundo anda nu à frente uns dos outros e ninguém tem vergonha de mostrar as “desgraças”. Para mim o nu nunca me fez confusão, nascemos nus, andamos nus em pequenos e só nos tapamos quando tomamos consciência do sexo. A educação judaico-cristã tornou o sexo impuro e, a partir daí escondemos os órgãos sexuais sendo considerado pecado mostrá-los despudoradamente. Talvez a educação num colégio interno me tenha varrido essa ideia da cabeça. Mas, os homens juntos não têm pudor e as mulheres também não (às vezes). Estes rapazes tomaram duche e ensaboaram-se de fato de banho vestido e despiram-no de toalha enrolada à cintura fazendo uma autêntica dança do ventre para conseguirem retirar o fato. Tornou-se caricato. Fiquei a matutar naquilo. Porquê? Medo das comparações? Educação  demasiado clássica? Se foi por isso não se compreende o não “Bom dia” a ninguém. Olha! Estou-me nas tintas. A má educação só fica mal a quem a pratica.

Pelo menos o episódio já teve o mérito de me ter feito encontrar assunto para escrever no “blog”, coisa que não fazia já há uns tempos.