domingo, 6 de março de 2016

Ainda o futebol


Se fosse crente diria: “Meu Deus, porque é que o futebol não é só visto por pessoas educadas, inteligentes e clarividentes?”
Isto a propósito do jogo de ontem entre o Sporting e o Benfica em alvalade. O Sporting jogou mais que o adversário, mas perdeu. E perdeu porque como diz o brasileiro “Futibol é bola nas rede”. E é mesmo, o Benfica não jogando mais, foi mais eficiente e o Sporting, com mais oportunidades, não teve eficiência. E não me venham com “Ah pois, mas rematou aos postes e à trave, etc…” As traves e os postes, assim como o guarda-redes, fazem parte do jogo e umas vezes defendem outras não. “Ah, mas aquele avançado foi travado em falta e o árbitro não assinalou… “. Pois coitados, só os nossos são bons e os outros umas pestes capazes de matar e esfolar…
Estou farto de dizer que isto não tem nada a ver com desporto. Pierre de Coubertin pintaria a sua cara de preto de tão envergonhado que ficaria ao ver como hoje as massas se portam no tal futebol que para mim não é desporto, mas sim confronto entre empresas que ganham e desperdiçam milhões a pagar a artistas, quando pelo mundo fora grassa a fome a e a miséria.
Artistas esses que enfermam muitas vezes do mesmo mal, isto é, mentes mal formadas que, pasme-se, até pedem aos seus deuses que lhes traga a vitória e os defenda dos azares e castigue o “desgraçado” adversário com a derrota e todos os males.
Foi confrangedor ver no final do jogo aquela jornalista, fazendo apenas o seu trabalho, querendo ouvir opiniões e ser confrontada com indivíduos frustrados, mesquinhos e ordinários que, a coberto do anonimato, ao passarem, nos mimosearam com frases vernáculas que qualquer carroceiro do século XIX não diria, com medo de ofender a alimária que à sua frente puxava o veículo garantindo assim o seu modo de vida.
Como é possível? Quase todos nós temos simpatias clubísticas. Quase todos nós gostamos de assistir a um jogo, bem jogado. É bonito ver a evolução e construção de jogadas quando efectuadas com talento e mestria. Mas também nos ficará bem, quando o nosso clube perde ou os jogadores não finalizam como deviam, criticarmos os nossos sem apontarmos culpas para os outros. Infelizmente não é assim. O povo, frustrado pela porcaria de vida que tem, vai para os jogos extravasar toda a sua fúria e deita cá para fora todo o rancor e raiva voltando-se apenas contra os adversários e o árbitro.
Muitas vezes a culpa é dos dirigentes, que durante a semana bolsam barbaridades causando clivagens que as claques continuam nos campos.
É triste. Amigos zangam-se, casais, pais e filhos dividem-se.

Agora vou para o “Facebook” ler as alarvidades escritas por pessoas que tinham obrigação de ter mentes sãs. Vai ser giro, ao menos divirto-me com a tristeza…