quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Assassinos da Lua das Flores

 

Fui ver o filme de Martin Scorsese. Fiquei deveras surpreendido por nunca ter ouvido falar da tribo índia “Osage”. Esta tribo no Oklahoma, quando lhe foi atribuído um território, resolveu enterrar o machado de guerra e da cova realizada nasce petróleo. Rapidamente se torna a tribo índia mais rica da América e o seu nível de vida sobe num ápice atraindo toda a espécie de homens brancos com o intuito de explorarem essa riqueza, inclusive recorrendo impiedosamente ao crime. DiCaprio faz o papel de um sobrinho de um fazendeiro abastado, Roberto DeNiro, homem ambicioso que recorre a vários ardis para conseguir as concessões petrolíferas que as famílias índias registaram. Rapidamente convence esse seu sobrinho, regressado da primeira grande guerra, a casar com uma índia riquíssima, mulher muito bonita, vivendo muito a cima da média das outras famílias. Só que a família da rapariga é grande e para que o rapaz venha a ser o herdeiro vai ser necessário ir eliminando um a um todos os membros desse clã. Inclusive adulterando a insulina que a moça, sendo diabética, necessita para sobreviver. DiCaprio vê-se no dilema de, gostando da sua mulher, não ser capaz de resistir ao poder e ganância do seu tio e vai-lhe obedecendo contratando alguns apaniguados para perpetrar os crimes que vão eliminando os familiares. O interessante deste filme é que o espectador sabe logo desde início quem são os “maus” não sendo necessária qualquer investigação que nos leve à descoberta. Chega-se a 1929 e o recém-formado FBI, liderado por Edgar Hoover, acaba por ter conhecimento dos muitos crimes existentes naquela sociedade e envia uma equipa para os investigar. Quanto a mim uma excelente realização apenas prejudicada com a extensão do filme que, por vezes, o torna demasiado monótono. 3h20 é obra e não há cadeira que não castigue os nossos pobres traseiros. DiCaprio faz um bom papel, mas quanto a mim, ofuscado pela excelência de representação de um DeNiro absolutamente fantástico. DeNiro esconde a sua ganância com dádivas e realizações humanitárias a favor da comunidade que no fim pretende destruir, servindo-se de terceiras pessoas de modo a ser acarinhado por todos e ficar sempre fora de qualquer suspeita. Encham-se de coragem e vão até ao cinema. Vale a pena.