segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Openheimer

 


Lá arranjei coragem para passar 3 horas e picos numa sala de cinema. O filme é uma boa realização com excelentes interpretações, mas julgava ir ver mais a parte física da construção da bomba, no entanto, a maioria da acção é centrada na parte política. Openheimer é um físico judeu que, no tempo do macarthismo, teve o desplante de casar com uma comunista filiada no partido e para cúmulo enviava dinheiro para os nacionalistas da guerra de Espanha através do partido comunista americano. Não fora ele um físico empenhado no projecto da bomba atómica e o seu destino teria sido outro. Openheimer consegue edificar uma cidade laboratório no meio do deserto, em Los Alamos no Estado do Novo México, e nesse deserto faz a primeira detonação de uma bomba nuclear e, juntamente com os militares, começa a ter a opinião de que essa arma poderá obrigar o japão a render-se poupando assim muitas vidas dos soldados e marinheiros americanos. E assim acontece. Truman dá a ordem e Hiroxima e Nagasaki são praticamente varridas do planeta. Entretanto os soviéticos avançavam também na construção da bomba e o senador Joseph MacArthy, via espiões vermelhos por todo o lado. Openheimer é sujeito à apreciação de várias comissões. Defendido por muitos e acusado por outros vê a sua vida completamente devassada. Divorciado da primeira mulher casa novamente e tem dois filhos. Consegue sair ilibado de tudo aquilo, mas a sua consciência começa a atormenta-lo pelas mortes que causou. O filme vê-se bem, mas poderia ser mais curto. A maioria dos diálogos fala de comissões e organizações com os nomes em siglas causando algumas confusões mentais em quem não está dentro dos pormenores da história americana da época. Vê-se bem com algumas reservas.