sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A Nudez


Os homens, mesmo sem o admitirem, quando se cruzam nus ou até nas casas de banho públicas, têm sempre tendência em dar uma mirada para as áreas que normalmente não andam à mostra. Deve vir talvez da antiguidade esta tendência de olhar o armamento do outro, pois poderia tornar-se um contendor e poderem vir a terçar armas. Estas miradas são normalmente rápidas e disfarçadas não vá o outro, ou os outros, tomarem isso como qualquer forma de apreciação menos máscula. O certo é que, mesmo que o neguem, a maioria o faz.
Eu, talvez por educação familiar e também por ter estudado num internato, os Pupilos do Exército, sempre lidei muito bem com a nudez. Em minha casa a nudez não era problema. Não eramos praticantes de nudismo nem nos passeávamos nus pela casa fora, mas se por acaso acontecia cruzarmo-nos em pelo, não tínhamos qualquer problema com isso. No Pilão, claro está, salvo raras excepções, eu não conheci nenhuma, também ninguém era pudico a ponto de não se despir perante os outros. Na piscina, onde nado quase todos os dias, aparece de tudo. Desde aqueles que já vêm de casa com o fato de banho vestido e que tomam duche com ele, até aos que quase se escondem para trocar a cueca pelo calção de banho e também os completamente despudorados que se passeiam mostrando e alardeando todos os atributos. O certo é que quase todos dão as tais miradas talvez para fazerem comparações de “armamento”. Umas vezes ficarão basto satisfeitos outras tristes. Comparações para quê? Sempre se disse que os homens não se medem aos palmos e muito menos a centímetros. Aliás os centímetros não têm qualquer influência, pois o que é preciso é que os ditos centímetros, sejam alegres, brincalhões, eficazes e muito cumpridores como dizia o espanhol. A propósito, lembro sempre aquela anedota do tipo que vai “às sortes” e na Inspecção não se quer despir porque tem vergonha. O médico presidente da junta, chama o alferes médico dizendo-lhe:
“ Você, que é quase da idade daquela mancebo, vá lá falar com ele e diga-lhe que tem de se despir, pois se não o fizer é dado como refratário e vai ter problemas” O jovem médico vai lá e pergunta-lhe:
“Então pá despe-te lá, não tenhas vergonha, somos todos homens, não há razão para tal.”
O rapaz lá acaba convencido e despe-se. O médico olha para ele e diz:
“Coitado. tens razão. Não tens “pilinha”. Responde o moço:
Não, não Senhor Dr. Está enganado. Eu não tenho é a perna esquerda”.

Ora aqui está um, que bem gostaria de trocar aquele “mastro” do tamanho de uma perna, por uma perna verdadeira e um artefacto mais maneiroso mesmo de poucos centímetros.
Acho pois que a nudez não deve ser problema. Não me lembro de ter nascido vestido e hão-de me despir para me lavarem quando for para a cremação. Aliás o Adão e a Eva andavam nus e não se importavam nada com isso até darem a dentada no tal fruto proibido, não sei porquê, a maçã até é um bom fruto e faz muito bem, e só depois tiveram vergonha, também não sei de quê, porque se andavam antes porque não depois.

A educação judaico-cristã foi a culpada da associação da nudez ao sexo, considerando este pecado, também não sei porquê quando o sexo é uma coisa tão boa, tão salutar e natural. E assim nascem os costumes bem estúpidos, como por exemplo em certas comunidades dos Estados Unidos, onde a maioria dos pais, a partir de certa idade, já não beijam nem abraçam os filhos, por os contactos poderem vir a ser tomados como possíveis atitudes de cariz sexual. Nada mais ridículo que ver um pai a apertar a mão a um filho. Não há pachorra para tanta estupidez. Eu até curto muito a nudez, principalmente a feminina quando os corpos são esculturais. Devia era ter ido para escultor. Não há mesmo pachorra…

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