Se fosse crente diria: “Meu Deus,
porque é que o futebol não é só visto por pessoas educadas, inteligentes e clarividentes?”
Isto a propósito do jogo de ontem
entre o Sporting e o Benfica em alvalade. O Sporting jogou mais que o
adversário, mas perdeu. E perdeu porque como diz o brasileiro “Futibol é bola
nas rede”. E é mesmo, o Benfica não jogando mais, foi mais eficiente e o
Sporting, com mais oportunidades, não teve eficiência. E não me venham com “Ah
pois, mas rematou aos postes e à trave, etc…” As traves e os postes, assim como
o guarda-redes, fazem parte do jogo e umas vezes defendem outras não. “Ah, mas
aquele avançado foi travado em falta e o árbitro não assinalou… “. Pois
coitados, só os nossos são bons e os outros umas pestes capazes de matar e
esfolar…
Estou farto de dizer que isto não
tem nada a ver com desporto. Pierre de Coubertin pintaria a sua cara de preto
de tão envergonhado que ficaria ao ver como hoje as massas se portam no tal
futebol que para mim não é desporto, mas sim confronto entre empresas que
ganham e desperdiçam milhões a pagar a artistas, quando pelo mundo fora grassa
a fome a e a miséria.
Artistas esses que enfermam
muitas vezes do mesmo mal, isto é, mentes mal formadas que, pasme-se, até pedem
aos seus deuses que lhes traga a vitória e os defenda dos azares e castigue o “desgraçado”
adversário com a derrota e todos os males.
Foi confrangedor ver no final do
jogo aquela jornalista, fazendo apenas o seu trabalho, querendo ouvir opiniões e
ser confrontada com indivíduos frustrados, mesquinhos e ordinários que, a
coberto do anonimato, ao passarem, nos mimosearam com frases vernáculas que
qualquer carroceiro do século XIX não diria, com medo de ofender a alimária que
à sua frente puxava o veículo garantindo assim o seu modo de vida.
Como é possível? Quase todos nós
temos simpatias clubísticas. Quase todos nós gostamos de assistir a um jogo,
bem jogado. É bonito ver a evolução e construção de jogadas quando efectuadas
com talento e mestria. Mas também nos ficará bem, quando o nosso clube perde ou
os jogadores não finalizam como deviam, criticarmos os nossos sem apontarmos
culpas para os outros. Infelizmente não é assim. O povo, frustrado pela
porcaria de vida que tem, vai para os jogos extravasar toda a sua fúria e deita
cá para fora todo o rancor e raiva voltando-se apenas contra os adversários e o
árbitro.
Muitas vezes a culpa é dos dirigentes,
que durante a semana bolsam barbaridades causando clivagens que as claques
continuam nos campos.
É triste. Amigos zangam-se,
casais, pais e filhos dividem-se.
Agora vou para o “Facebook” ler
as alarvidades escritas por pessoas que tinham obrigação de ter mentes sãs. Vai
ser giro, ao menos divirto-me com a tristeza…
Ora bem, cá temos uma nova veia a explorar, comentador desportivo! Pois é, meu amigo, nem sempre estamos de acordo, o que até é salutar; Esses trogloditas que refere, gentinha que me afastou dos estádios, são iguais aos imbecis que estacionam á frente da minha garagem, não me deixando entrar ou sair e, quando chegam, ainda me perguntam se tenho pressa e não posso esperar! São os mesmos, uns, por causa do meio em que estão, reagem menos paleolíticamente do que os outros, mas são os portugueses que já Camões conhecia e, tão bem, descreveu nos Lusíades! De relembrar que a última palavra dessa obra épica, falando do povo, é "INVEJA" ! Resumindo, cobardes, malcriados e invejosos; Não estamos mal nesta Europa que, também. não sabe o que faz. Abraço do Jaime Moura.
ResponderEliminarLamento não poder editar para corrigir uma gralha-- LUSÍADAS. J.M.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPois... não há muito a dizer!... Ou haveria, mas não merece sequer ser dito!...
EliminarQue se pode esperar quando talvez quase cinquenta por cento dos nossos serviços noticiosos são gastos, não com desporto, mas apenas futebol e sem bola!... É que o que mais se discute, são os assuntos fora de campo... Isto para já não falar sobre os programas e debates televisivos em todos os canais genéricos e de notícias que queimam horas e horas a dizerem barbaridades, alarvidades e outras inconveniências. Não é uma sub-cultura! É uma infra e miserável cultura do desnecessário, do supérfluo e mesmo do evitável!... Do estupidificante e do absurdo levado aos píncaros de uma alarvidade inconcebível!...
E o que é mais triste e ameaçador é que toda esta trama é aceite, partilhada e quase santificada por mentes de toda a gama intelectual!...
Valha-nos, não sei o quê, mas qualquer coisa que nos proteja desta praga mediática e social!...
Pois é meus Amigos. Só me dão razão.
EliminarEm boa hora fiz um comentário a uma publicação de hoje ( 16 MAI 2016) do Luis Alves Fraga ....como presente tive este sábio texto do Rui Telo..... traduz em pleno tudo o que me vai na Alma ....só podia ser dum Pilão ...de facto Rui, bebemos da mesma água em Monsanto e respirámos o mesmo ar de S.Domingos de Benfica ... Bem haja também com um grande abraço do Rui Manuel Coutinho (19600362)
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