Lá arranjei coragem para passar 3
horas e picos numa sala de cinema. O filme é uma boa realização com excelentes
interpretações, mas julgava ir ver mais a parte física da construção da bomba,
no entanto, a maioria da acção é centrada na parte política. Openheimer é um
físico judeu que, no tempo do macarthismo, teve o desplante de casar com uma
comunista filiada no partido e para cúmulo enviava dinheiro para os
nacionalistas da guerra de Espanha através do partido comunista americano. Não
fora ele um físico empenhado no projecto da bomba atómica e o seu destino teria
sido outro. Openheimer consegue edificar uma cidade laboratório no meio do
deserto, em Los Alamos no Estado do Novo México, e nesse deserto faz a primeira
detonação de uma bomba nuclear e, juntamente com os militares, começa a ter a
opinião de que essa arma poderá obrigar o japão a render-se poupando assim
muitas vidas dos soldados e marinheiros americanos. E assim acontece. Truman dá
a ordem e Hiroxima e Nagasaki são praticamente varridas do planeta. Entretanto
os soviéticos avançavam também na construção da bomba e o senador Joseph MacArthy,
via espiões vermelhos por todo o lado. Openheimer é sujeito à apreciação de
várias comissões. Defendido por muitos e acusado por outros vê a sua vida
completamente devassada. Divorciado da primeira mulher casa novamente e tem
dois filhos. Consegue sair ilibado de tudo aquilo, mas a sua consciência começa
a atormenta-lo pelas mortes que causou. O filme vê-se bem, mas poderia ser mais
curto. A maioria dos diálogos fala de comissões e organizações com os nomes em
siglas causando algumas confusões mentais em quem não está dentro dos pormenores
da história americana da época. Vê-se bem com algumas reservas.
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