Quem gostar de filmes de movimento e acção não vá ver. Aki Kaurismäki mostra-nos uma Finlândia completamente diferente daquilo que
temos lido sobre este país. Filmado com uma simplicidade incrível em ambientes
de emprego/desemprego, um homem e uma mulher encontram-se e desencontram-se
devido a uma série de circunstâncias naturais, e possíveis. Um número de
telefone perdido, um atropelamento inopinado e o nosso casal vai-se perdendo no
meio de um ambiente triste e sem qualquer conforto. O abuso do álcool por um e
o pequeno roubo num supermercado de artigos fora de prazo, cujo lugar é o lixo
e não o aproveitamento, causam despedimentos. A única parte lúdica do filme são
os encontros num café de Karaoke que ambos frequentam e onde acabam por se
conhecer. Olhares e poucas palavras servem para criar alguma empatia, mas
depressa separada por acontecimentos furtuitos. Uma filmografia ligeiramente
chapliana, em que a câmara raramente se desloca, em ambientes frios e com
poucos diálogos, um homem e uma mulher reencontram-se e seguem juntos numa
imagem de costas que se vai afastando, ele coxo e de bengala e ela segurando
uma cadela a que profeticamente chama “Chaplin”.
Eu gostei. Estranhamente,
uma sala das mais pequenas do Corte Inglés, estava quase cheia.
terça-feira, 6 de fevereiro de 2024
Folhas caídas
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