domingo, 19 de abril de 2015

Que maçada!


Porque não massada?
Segundo as escrituras, não sei se nas velhas se também nas novas, um dos seguidores de Cristo era Simão o Zelota ou Cananeu. Parece que zelota em aramaico quer dizer zeloso e cananeu o mesmo, o que me deixa muitas dúvidas porque cananeu deriva de canaã e esta era a região de todos os israelitas. Ora os Zelotas, segundo essa mitologia, eram uma tribo judaica que nunca se deixou colonizar totalmente pelos Romanos. Eram assim uma espécie de armoricanos, ou seja, habitantes de Armórica, aldeia gaulesa, onde viveram Asterix e Obelix, que também nunca se deixou colonizar. Os zelotas eram uma tribo guerreira, basta ler o Novo Testamento e ver que Simão, quando o mestre foi detido pelos romanos, puxou da espada e cortou uma orelha de um dos soldados que, segundo as mesmas escrituras, Jesus logo colou com cuspo. Enquanto os outros se deixaram ficar pacificamente, o zelota, fazendo jus à sua fama, entrou logo a matar. Só que já andava “naquilo” há muito tempo e devia estar destreinado, em vez de trespassar o tipo no coração logo foi serrar-lhe uma orelha. Claro! Foi mais fácil, um coração não se cola assim com cuspo. Uma orelha sempre deu mais jeito. Parece que foi daí que ficou esta nossa mania de colar tudo com cuspo tal como estou a fazer com esta “história” e ainda fazemos com os selos. Bem, os zelotas eram lixados e os romanos já andavam fartos deles pois parece que lhes faziam uma guerra subversiva e, com umas sortidas e emboscadas estavam sempre a enviar uns quantos romanos para o inferno. Ora os zelotas aproveitaram um forte que Herodes tinha mandado construir no planalto de Massada e, foram com armas, bagagens e família, para aquela fortificação, onde as legiões romanas não chegavam devido ao acidentado do terreno cujas escarpas eram intransponíveis. Era daí que, de vez em quando, saíam em surtidas rápidas e infligiam aos romanos bastantes baixas. Mas os romanos tinham muitos argumentos e um deles era a engenharia militar. Um dos seus generais chamado Flávio Silva, talvez de família Lusa, resolveu sitiar Massada e começou a construir uma rampa, pelo lado oeste o mais acessível, bastante sinuosa é certo, mas que acabaria por permitir a aproximação às muralhas da fortificação. Os Zelotas, já debilitados pela falta de alimentos, devido ao cerco, e ao verem que as hostes romanas se iam aproximando, tomaram uma atitude radical, matando-se uns aos outros e suicidando-se os que restaram. Foi uma massada, ou seja uma maçada pela grafia que então adoptámos. Este episódio, ao contrário do da orelha, é histórico, dado que o historiador judeu da época, Flávio Josefo, o descreveu e foi posteriormente confirmado pela arqueologia. Desde aí, quando algo corre mal, dá para o torto ou tudo fica lixado, dizemos: “Que maçada!”

Não sei porque mudaram os dois ss para cê cedilhado, deve ter sido algum acordo, ou então é para não se confundir com massa de comer. Pobres Zelotas. Bem se lixaram. Que “Massada”!.

3 comentários:

  1. Os zelotas

    Esta história tem sumo, tem moral,
    Podia até passar-se em nossos dias,
    Com o povo que vive em Portugal,
    Metido num redil – tripas vazias...

    Tadinhos dos zelotas, p’ra seu mal,
    Vivendo com tantas fantasias,
    Travaram uma luta desigual,
    Como essa de David com Golias.

    Coitados, nem puderam descançar
    No forte onde se foram abrigar,
    De vez em quando, com uma emboscada.

    Mas eu sou contra aquela solução,
    Se fosse hoje, eu diria sempre não.
    Cortar o meu pescoço?...Que maçada!...

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  2. Fortaleza de Massada
    P'los Romanos isolada
    Zelotas sem comer
    Seu destino é morrer

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    Respostas
    1. Desculpem esta Massada
      Foi no correr da pena
      Devia ter escrito Maçada
      Tudo isto mete pena

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