quarta-feira, 8 de julho de 2015

Estado da Nação


Não é necessário ser comunista para crer nas declarações de Jerónimo de Sousa proferidas durante a sessão do estado da Nação. Nada melhorou neste país. Antes pelo contrário tudo está pior do que antes apesar das promessas, não cumpridas. Esta semana foi só de tristezas. Tivemos e temos o problema da Grécia com toda a espécie de chantagens da EU. Tivemos a notícia de que o nosso país recuou para níveis de 1990. Morreu Maria Barroso mulher lutadora, democrata, culta e com a humildade suficiente para nunca ter tentado guindar-se a níveis que nada lhe diziam. Temos a nossa comunicação social a publicitar sondagens que nos alarmam. Será que o povão ainda é capaz de acreditar que esta direita é a salvadora da pátria? Por outro lado o PS também não nos dá garantias de melhorias. Não à austeridade, não ao corte de pensões e salários, reposição de direitos e garantia de não cortes, mas por outro lado sabemos que teremos a continuação de subserviência aos nossos credores europeus. Programas para incentivar a agricultura, pescas, etc. igual a zero. Reestruturação da dívida é conversa mole para boi dormir. A CS assusta-nos com os avanços do Estado Islâmico e com a situação em todo o médio Oriente. Em toda a Europa reina a insegurança e as religiões continuam a ser pomo de discórdias. Como mudar tudo isto? Em quem votaremos? No BE? No PC? No Livre? Se o fizermos estaremos a tirar votos ao PS e a coligação esfregará as mãos. Parece-me que realmente este regime está condenado. Esta democracia não serve. Democracias parlamentares em que os partidos formam coligações absurdas para poderem governar com maiorias, não me parecem credíveis. Aliás maioria é igual a ditadura, só que mais “soft”. Os votos em branco, nulos e as abstenções também não nos servem. Os partidos são eleitos com os votos expressos e os outros não contam. Poderemos ter governos eleitos com menos de 30% de eleitores. Penso pois que só uma mudança de regime nos salvará. Para isso era necessário mudar a constituição e isso os partidos nunca permitirão. O poder é aliciante, as mordomias e prebendas também. Revolução? Quem a fará?
Em 74 tínhamos uma ditadura e as FA actuaram em nome do povo. E agora? Como levaremos o povo a votar tipo Grécia num Syriza português que seja capaz de bater o pé à Europa. E se tivéssemos como seria depois do Euro? Será que o povo aceitaria voltarmos a um novo estado de pobreza igual ao que tínhamos antes do Estado Novo? Estou descrente. Larguem as bombas atómicas...


6 comentários:

  1. Que excelente artigo! Sabe, meu amigo, é que eu não me importava de assiná-lo, tal é a forma límpida e objectiva como o faz! Como é possível que nos tenham trazido até tal pesadelo? NÓS, que, honestamente , labutamos, nós, que até a vida arriscamos para não vermos os nossos filhos a chorar! Parece-me que a alma já é pequena para valer a pena! Grande abraço do Jaime Moura

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    1. Caro Amigo. Muito obrigado pelas suas palavras. Procuro ver as coisas com alguma objectividade. Às vezes não consigo, mas sou sincero naquilo que penso. Abração de amizade.

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  2. Agora pode ter-se alguma esperança ou réstia de luz quanto á mudança. A Grécia deixou de ser subserviente e, com inteligência senso e moral, propôs condições que possam ser cumpridas, defendendo assim os interesses da Nação na sua honra e dignidade, não aceitando que o seu povo seja escravizado, para viver na miséria, em proveito dos ricos e não só...

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    1. Caro Nelson. Era bom que assim fosse mas não vai ser. Os tais ricos não vão deixar e não têm sentimentos desses. O capitalismo tem regras rígidas que se estão nas tintas para os pobres. A Grécia vai capitular ou sair do euro e se o fizer será trucidada pelos credores. Não vai ter formas económicas para se safar. A Grécia não é a Islândia. Abraço e obrigado pelo teu comentário.

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  3. Descrente também eu estou... Descrente e frustrado porque acreditei numa quimera de liberdade e responsabilidade... Ficámos com a primeira, mas a segunda diluiu-se no mar de jogos de poder e de palavras... O que acontece é que a liberdade, por si só, é apenas uma cenoura que se abana para atrair os incautos e atrás dela, a cenoura-liberdade, vem todo um conjunto de ardis que o capitalismo e a alta finança muito bem sabe manejar. Se a tudo isto, se juntar a ganância que muitos foram aprendendo, como fórmula de riqueza fácil, com o preço de se despirem de princípios, valores, honestidade e dignidade, mesmo à custa dos mais desfavorecidos, então temos o cenário ideal para o cidadão comum se desligar activa e empenhadamente da política e da defesa dos seus direitos, ficando-se apenas pelo protesto vazio de consequências... Estamos conscientemente adormecidos e exaustos de política de consumo fácil... A política banalizou-se e passou a assentar exclusivamente em faît-divers, tais como cartazes, formato dos debates e outros pormenores menores que parecem bastar-nos à nossa capacidade de intervenção... E entretanto, a política movimenta-se sorrateiramente por entre truques e benefícios, conluios e ajustes de lucros e ganhos... Política de marca branca... e de colarinho igualmente branco...

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  4. É isso amigo Balsa. E os portugueses a ficarem cansados de tudo isto. A abstenção cada vez mais se aproxima de números que desvirtuam completamente o sentido do voto. Devíamos mudar o regime, mas... quem deixa?

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