Estou ao computador e a ouvir no
canal Mezzo a Sheherazade de Nicolaj Rimskij Korsakov. Este poema sinfónico
levou-me a recordar os anos do Pilão e da Escola do Exército em que as minhas
saídas, quando não para casa, eram aproveitadas para ir ao cinema. Entrei em
1948 e lembro que nesse ano ou nos dois seguintes estreou o filme “A Canção de
Sherazade” com o francês Jean Pierre Aumont a interpretar Rimsky Korsakov e a
Yvonne de Carlo no papel de uma espanhola por quem se apaixona. Yvonne de Carlo
era então chamada da Estátua de Carne pelo seu físico e beleza. Yvonne era
canadense mas radicou-se nos States. Também relembro, e agora confirmei na Net,
que Jean Pierre Aumont era casado com outra diva, esta da república Dominicana,
de seu nome María África Gracia Vidal de Santos Siles Y
Gracia que todos nós conhecemos como Maria Montez, linda e escultural como a
Yvonne. Este filme é uma história ficcionada sobre o famoso compositor que
também foi oficial da marinha imperial russa. Numa das suas viagens Rimsky
passa em Espanha e conhece a mulher dos seus sonhos por quem se apaixona e
dedica esta famosa obra Sheherazade. Não sei se a história tem algo de verdade,
os americanos eram useiros em desvirtuar as vidas dos famosos desde que isso
lhes pudesse trazer lucros nas explorações dos filmes, mas que a história
aliada à música nos empolgou na época isso é verdade. O filme já era em Tecnicolor
e a beleza da De Carlo fazia o resto. Agora, a ver e ouvir o Mezzo, senti-me
transportado aos meus 12/13 anos olhando embasbacado para aquela mulher, mas
também emocionado pelas belas melodias de Rimsky Korsakov. Com a idade estou a
tornar-me demasiado sentimental e um grande chato. Qualquer facto me transporta
ao passado e as coisas boas que recordo empolgam-me e emocionam-me. Deve ser da
velhice, mas o gosto pela bela música já por lá andava.
Fiquem bem e
obrigado aos que ainda têm a pachorra de ler estas minhas recordações. Se vos
apetecer recordar esta bela melodia, aqui fica o link:
Estou espantado
ResponderEliminarAmigo, ele é cinema, ele é leitura,
Mais música... de tudo isso és capaz,
E, quem sabe o que ainda há mais detrás,
Explicado de forma tão segura!...
Os temas tratas com desenvoltura,
Co’uma vontade férrea, tenaz,
Que vem desde o Pilão, desde rapaz,
Do “Querer é Poder” que inda perdura.
Encantam-te as beldades, amas vê-las,
Recordas, com saudade, essas estrelas
Que brilham, com amor e com meiguice.
Se Rimsky Korsakov, na obscuridade,
Te lembra do desejo e da vontade,
São apenas lamúrias da velhice.
Amigão. Como tu tão bem em verso dizes, comecei na nossa escola a gostar de tais artes. De mulheres lindas sempre gostei e no cinema muitas divas fizeram navegar meu pensamento em libidinosos encontros virtuais. Hoje, "rapaz" atracado há 53 anos, já só as recordo. Quanto ao desejo e vontade, começas a ter razão, são lamúrias de velho que ainda não perdeu... o amor.
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