Como sabem eu sou ateu e, como
ateu, tento desmistificar todas as religiões. Mas, aceito-as. Quando digo
aceitar é não ostracizar quem as segue e as professa mas, no entanto, não
desisto de apresentar os argumentos que penso serem suficientemente evidentes
para as colocar no lugar que elas devem ter, isto é, crenças arreigadas pela
interferência familiar na infância, depois “enformadas” nos cérebros pelas catequeses
ou madraças. A ideia de deus nasce da ignorância. Tudo o que era desconhecido
era atribuído a poderes sobrenaturais e aí nasceram miríades de deuses com as
diferenças entre eles tal qual as diferenças dos povos que os imaginavam. Deus
é um produto da imaginação dos homens. Sem homens não havia deus. Durante os
milhares de anos em que não havia homens deus não existia. Aliás, mesmo
existindo homens, se estes não tivessem pensamento, deus não existiria também.
Os diferentes deuses criados pelo homem sempre se combateram como o homem
sempre se combateu. Deus serviu para que algumas elites conseguissem o poder,
criando, “mandamentos” que atemorizassem os homens que, tendo consciência da
morte, achavam que se deveriam perpetuar para além dela. Essas elites
transformaram-se em “igrejas” e estas criaram os seus sacerdotes que até aos
nossos dias vão mantendo o poder de “salvar” ou condenar almas aproveitando os
medos e superstições. Para atemorizarem os incautos, os deuses foram-se
tornando cada vez mais despóticos e cruéis, condenando e eliminando com
cataclismos terríveis quem fugisse às suas leis. Quando os homens começaram a
“fugir” a esse deus colérico, os sacerdotes tentaram encontrar formas de que os
seus deuses mandassem à terra os seus “filhos” que, como deuses enviados,
seriam redentores de todos os pecados humanos, pregando uma “salvação” na vida
eterna. Assim surgiram ao longo dos tempos, formas antropomórficas de deuses,
tais como Hércules, Mitra, Krishna, Jesus, etc… Todos esses deuses “viveram” pouco
tempo e todos eles “morreram” de forma violenta. Todos tiveram uma história
idêntica, nascendo de “virgens”, no solstício de inverno, pregando o bem,
renegando o mal e advogando a pobreza pois assim davam aso a que os seus
sacerdotes e, os governantes a quem apoiavam, pudessem usufruir da riqueza que
os outros criavam e depois desprezavam. Esses deuses, não passaram de
semi-deuses. Parto a cabeça a pensar como é possível aceitar um deus, ser
omnisciente, omnipotente e omnipresente, que “faça” um filho numa terrena, para
vir em seu nome, tentar fazer o que ele não foi capaz. E depois o que vemos
nós? Que fez esse deus homem? Aliás o que faz agora como espírito santo cheio
de bondade? O homem continua ignorante, bélico, prepotente e estúpido, mas vai
morrer na mesma e por mais que se entregue nas “mãos” de deus não encontrará
nada onde se perpetuar. Por mais manifestações antropofágicas nas igrejas,
comendo o corpo de deus e bebendo o seu sangue, nunca conseguirá atingir um
limbo quanto mais um paraíso. Pó e apenas pó se tornará.
Tudo isto vem a propósito dos
recentes atentados que grassam por essa Europa fora. Aproveitam as diferenças
religiosas para tentarem justificar estas matanças. Não o façam porque é um
erro tremendo. Todos os que praticam estes actos têm apenas motivações
políticas ou de vingança pelo que lhes foi infligido pela ganância. É a
ganância de poder e bens materiais que leva os povos a guerrearem os outros.
Evangelizar? Democratizar? Pois sim! Leiam livros de história, vejam o que foi
perpetrado pelos homens desculpando-se com a propagação da fé. Vejam o que os
religiosos fizeram, castrando corpos e mentes para conseguirem apaniguados.
Não falem em “guerras” santas.
Limitem-se a falar de conquista e de vingança. Os deuses sempre foram muito
vingativos.
Meu caro amigo, tenho andado afastado destas andanças cibernáuticas devido ás maleitas que me apoquentam, bem como a desgosto que aqui não referirei. Li com atenção este seu artigo, que apreciei imenso, pois ele traduz o pensamento que, desde que me conheço, me norteia o raciocínio; De facto nada nos sugere que possamos vir a ser mais que pó ou, simplesmente, nada. Parabéns e boas férias. Jaime Moura
ResponderEliminarO meu obrigado pelo seu, sempre atento, comentário. Força contra as adversidades. Abraço
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