Fazer anos não é mais do que
passar de um ano para o outro. Ontem tinha 86 e hoje já tenho 86 e um dia, mas
o certo é que quando me perguntarem a idade vou dizer que tenho 86 até que mais
um ano passe. O certo é que tudo é relativo. Ao fim de um mês ter 86 e 1/12 de
87, é o mesmo do que ter menos 11/12 de 87. Confuso? Nada disso. É pura
aritmética. O tempo vai passando e o importante é andarmos por cá com gosto e
alegria. Mas para isso é necessário saúde ou controle da mesma, o que é o meu
caso. Não se pode dizer que tenha saúde, mas pode-se dizer que a vou
controlando com perseverança. Faço os possíveis por ter boa disposição, o que é
difícil em permanência. Circunstâncias da vida fazem muitas vezes com que a boa
disposição se vá. Nessa altura teremos de interiorizar e perguntarmos a nós
próprios, perdoem-me a tautologia, se vale a pena deixarmo-nos abater ou
deitarmos o mau humor para trás das costas. Normalmente é o que faço e não me
arrependo. Lembrei-me agora que a parte de trás das costas é o peito. Fica a má
disposição à nossa frente e ainda bem porque assim estamos sempre a pensar como
nos livrarmos dela. Portanto, meus amigos, vão caminhando com o mau humor à vossa
frente e empurrem-no direitos a um precipício, mas cuidado não dêem um passo a
mais, deixem só que a má disposição se precipite e não caiam atrás dela, seria
a morte e eu quero ainda fazer muitos avos de vários anos. Bem hajam.
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