Em conversa com o meu filho, ele
chamou-me a atenção de que falo demasiadas vezes nos nomes dos meus ancestros e
que isso pode ser levado por quem me ouve ou lê, como peneiras. Quem me conhece
sabe perfeitamente que se há algo que não tenho são peneiras. Tive a sorte de
receber como legado de uma tia minha, uma obra genealógica de um parente meu,
que me deu a conhecer os meus ancestros desde o final do século XVI e isso é
que me deu muito gozo. Conhecer as nossas raízes é bastante interessante. Tenho
tanto ou mais orgulho no meu Avô materno, que foi guarda da PSP e acabou
reformado como sub-chefe, do que tenho no meu Bisavô paterno que foi padre até
falecer, mas que teve a capacidade de fazer frente ao sistema e ter vivido com
uma nobre senhora criando dois filhos com quem sempre viveu e lhes ter
proporcionado uma educação que os levou a licenciaturas.
Pena tenho eu de não conhecer
quem foram os pais e avós do meu avô polícia que se orgulhava de ter amparado o
Presidente Sidónio Pais no seu assassínio e ter prendido o célebre assaltante
nocturno de Lisboa, o famigerado galego Ramon.
Pois é meus caros Amigos, não
tenho peneiras nenhumas e falo no meu bisavô padre, que era o 2º de nove filhos
de José de Sacadura Cardoso Cabral e Albuquerque assim como falo no meu avô
polícia que conheci muito bem pois brinquei, em criança, com o seu apito que ele
guardava religiosamente por muitas vezes ter servido para chamar auxílio em
situações de aperto.
Nós somos aquilo que nos tornámos
ao longo da vida e peneiras devemos ter por termos exercido uma profissão,
chamar-lhe-ia mais um sacerdócio, que levámos a bom termo e com dignidade. Os
nomes dos familiares ficaram para trás.
Ah! E tenho realmente peneiras de
ter tido um excelente filho que só me deu alegrias e hoje é alguém. “Toma lá
esta para não me chamares peneirento…”
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