Há uns dias encontrei um amigo que já não via há uns tempos e, tendo-o
achado com um ar um pouco acabrunhado e esquisito, perguntei-lhe o que se
passava, se andava doente, etc. Que não, não era assim nada de importante mas
lá acabou por me confessar porque andava triste e deprimido: “Sabes pá… como eu
era danado para a “brincadeira”, não me escapava uma, mas agora… isto está mau
a cabeça pensa o resto não funciona e blá, blá, blá…”
Procurei acalmá-lo dizendo-lhe que isso agora já não era problema, existem
muitas soluções, que fizesse como o Futre ou que procurasse ajuda e se a coisa
não resultasse mesmo que comprasse uma cana de pesca, a proximidade do mar,
pelo ar e pela vista, descansa o cérebro.
Depois de nos despedirmos, resolvi escrever uma brincadeira para o
animar, pois o “rapaz” também costuma ter a paciência necessária para ler o meu
blog. E saiu isto:
Índios, cowboys e Squaws
É sabido que a rapaziada quando
começa a ter uns aninhos a mais do que a conta volta à juventude e até, muitas
vezes, à meninice. Já com uns anitos bem bons ainda me apetece brincar e uma
das brincadeiras de que mais gosto é das “coboiadas”. Brincadeiras de índios e
“cowboys” só têm graça com as “Squaw” e “revólvers”. Pois! “Squaw” ainda tenho
e felizmente danada para a brincadeira, mas o pior é o “revólver”. Já de modelo
antigo, farto de dar tiros, está bastante gasto e começa a enferrujar. Uma vez
que a brincadeira ainda me passa pela cabeça, resolvi pedir auxílio e
lembrei-me do “Manitu”. Claro que esse, lá no seu trono celeste nada resolve e
mandou-me pastar caracóis ou ir à pesca e deixar-me de pensamentos estúpidos,
pois já tinha muito boa idade para estar em casa a ver filmes. Que ficasse por
aí e já era bem bom. Ná! Não era comigo, nos filmes não se goza nada,
participar na brincadeira é que é bom. Lembrei-me então do “feiticeiro
curandeiro” e lá fui eu indagar do tipo se tinha alguma “mezinha” que reparasse
“revólvers” antigos. Ainda bem que me lembrei dele. Depois de algumas perguntas
sobre se usava outras soluções para o coração aguentar as “guerras”, lá me
mostrou uns pós que reparavam o instrumento guerreiro. Há de tudo, pós azuis,
rápidos e eficientes mas pouco duradouros, pós castanhos que reparam bem e até
dão para “brincar” durante todo o fim-de-semana e outros, que não se prolongam
tanto no tempo, são usados para grandes e duradoras brincadeiras. Foi um êxito.
A partir daí farto-me de “brincar” e o “revólver” até parece um “Colt 45” da
última geração. Até o agente 007, que entra sempre em grandes “coboiadas”,
teria inveja se visse a minha “performance”. A minha “Squaw” coitada, que nunca
sofreu de dores de cabeça, agora até já se queixa de tanta “brincadeira”. Não
há dúvida, estes “curandeiros” de agora servem-se de “mezinhas” milagrosas para
dar alegria aos “rapazes” mais antigos que, como eu, ainda gostam de brincar.
Vivam pois os pós milagrosos que dão alegria de viver a “índios” e “Squaws” já
velhotes mas em bom estado de conservação. “Brinquemos” pois com muita alegria
e vivacidade porque parar é morrer.
Depois disto, espero que o meu amigo se deixe de súplicas divinas,
porque segundo consta aquilo lá em cima é demasiado “conventual” e nada feito.
Procure mas é o curandeiro e siga a opinião do Futre. Pós milagrosos resolvem a
questão e ”prá frentex”. Passe lustro na “carabina” e brinque aos índios e
cowboys que já nos resta pouco e brincar é que é bom. O saudoso Jorge Amado, no
seu Livro “D.ª Flor e Seus Dois Maridos” lá dizia por intermédio do seu
personagem Mundinho: “Flor, meu amorrr, vamos vadiá?”
"ABIADOR", assim é que se animam os amigos e, porventura, as amigas deles! Se o fulminante, ou a pólvora, estiverem um pouco usados demoram mais tempo a dar ao "bulet" a força conveniente, mas, se calhar, trazem mais vantagem que perda! Abraço do Jaime Moura
ResponderEliminarIsso é verdade Amigo. Perde-se em velocidade ganha-se em qualidade.
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