segunda-feira, 13 de junho de 2016

O meu gosto pela música


Normalmente almoço acompanhado, mas de quando em vez faço-o sozinho. Quando assim acontece, aproveito para ligar ao canal Mezzo e acompanhar o repasto com as boas melodias que ali se transmitem.
O canal Mezzo apresenta, muitas vezes, obras tocadas no teatro  Mariinsky, o célebre teatro de São Petsburgo, assim nomeado em homenagem a Maria de Hesse-Darmstadt, Imperatriz Maria Alexandrovna, esposa do Czar Alexandre II. Há um busto da Imperatriz no foyer da entrada principal. Isto da internet é um bilhete de viagem a qualquer lugar.
O maestro Valery Griegiev, amigo pessoal de Putin, foi, e não sei se ainda é, durante muitos anos o seu maestro principal.
Um dos exercícios a que me dedico, é fechar os olhos, e tentar identificar pelo som, os diversos instrumentos que vão actuando. Hoje, ao escutar vários concertos para piano de Sergei Prokofiev, errei várias vezes. Fico danado. Confundir um clarinete com um oboé é coisa imperdoável a quem gosta de música, mas às vezes acontece. Penso que é um problema da idade. O meu filho, 26 anos mais novo do que eu, tem uma memória auditiva que me espanta. Quando não estou certo do nome de qualquer obra musical, ele acerta quase sempre. Claro que tudo isto não passa de manias de velho. Obviamente que não há ninguém capaz de fixar todas as obras, clássicas e não clássicas, que se compuseram e outras que por aí vão aparecendo, mas eu vou tentando.
Nestes concertos transmitidos pela TV, uma das coisas que me espanta, é o conhecimento que o realizador tem que ter, de música, para poder mostrar, em tempo oportuno, o instrumento ou naipe de instrumentos que estão tocando. Das duas uma, ou vão buscar realizadores maestros, ou os tipos têm a seu lado assessores, que em tempo oportuno, lhes indicam qual a câmara que têm de colocar em transmissão. Não me parece um exercício simples, o certo é que vão mostrando aquilo que realmente está acontecendo o que revela uma excelente coordenação.
E agora vou interromper porque vai dar, do teatro “Scalla”, a Missa de Requiem de Verdi, e isso não se pode perder. Sou ateu, mas uma coisa que eu agradeço às religiões são as inúmeras obras de arte que estas influenciaram nos autores artistas, quer na pintura quer na música. Esta obra é uma delas. Já volto...

O requiem acabou. Música fantástica. Entre este e o de Mozart fico indeciso. Talvez o de Mozart seja mais empolgante. Segundo o filme de Milos Foreman, foi António Salieri que ajudou Mozart, no seu leito de morte, a acabar o seu requiem, o que parece não ter sido assim. Foi a própria mulher de Mozart que acabou a obra com ajuda de alunos do marido. António Salieri foi um bom compositor. No filme é mostrado um antagonismo quase feroz para com Mozart. Julgo que nem isso foi verdadeiro. Bem, mas foi o de Verdi que estive a ouvir e não lhe fica atrás. Uns corais fantásticos e uma música vigorosa. Se foi destinada a um defunto, (Alessandro Manzoni) esse não a ouviu, mas os vivos só têm a agradecer. Acabei por deixar arrefecer o almoço e tive de o meter no microondas. Tomei café a seguir como se tivesse saído da sala de concertos em Milão. Talvez Verdi não tenha sido considerado um génio como Mozart ou Bach, mas foi um virtuoso cheio de talento. Para mim foi génio.

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