sábado, 8 de abril de 2017

A Última Fronteira



Fui ver o filme do Sean Penn “The Last  Face”  que aqui foi traduzido como A Última Fronteira. Sean Penn, além de um excelente actor, entrou bem no mundo da realização. Conhecido pelas suas lutas pelos direitos humanos, este actor/realizador, mostra-nos um filme de amor num cenário de guerras desumanas em África, de rebeldes contra governos, numa ânsia de derrube dos mesmos, não para governarem pelos povos, mas antes pela obtenção de poder que lhes permitirão todos os desmandos para alcançarem riqueza e poder pessoal. Um médico cirurgião, espanhol, de uma ONG “Médicos do Mundo” Dr. Miguel Leon (Javier Bardem) atravessa constantemente fronteiras percorrendo campos de refugiados tentando tratar toda a espécie de doenças e feridos vítimas de rebeldes e governos, onde tudo falta, desde comida, água e medicamentos. Os ambientes são dantescos, em cenários de destruição e sangue. Conhece uma médica americana, Wren Petersen (Charlize Theron) que há muito não exerce, apenas dedicada a angariar fundos, para essas ONG, em festas e reuniões onde todos aplaudem, contribuem de lágrima no olho, mas no dia seguinte seguem as suas vidas de luxo, esquecendo rapidamente o que se passa fora das suas fronteiras e não os afecta. Ambos se apaixonam, mas o amor é quase impossível naquele ambiente que ele não larga e ela não aguenta. O filme é entrecortado com vários “flash back”, onde se mostra o seu encontro em várias situações anteriores e até posteriores, situação que na primeira parte do filme se torna um pouco desconexa, mas que, no decorrer se torna compreensível. O filme é um libelo acusatório às nações que, pelo petróleo e outras matérias primas, e também pela venda de armas, promovem as guerras armando grupos contra governos que depois nunca mais controlam. Um pequeno papel, também de um médico francês, foi dado ao conceituado actor “Jean Reno”. Os nossos protagonistas acabam por separar-se, voltando ele para a sua luta de tentativa de salvador de vidas e ela para os discursos de atenção à causa dos conflitos, não conseguindo ambos os seus objectivos por a luta ser inglória. Mais tarde, após um empolgante discurso e, já no seu camarim Wren recebe a notícia da morte de Miguel, num avião abatido algures na pobre África ao abandono devido às más colonizações que só a exploraram e não a formaram para poder ser governada pelos seus. As cenas de guerra e de encontros armados, não são muito exageradas, mas suficientes para ambientar o espectador. Não sendo nenhuma obra-prima, é um bom filme que se vê muito bem e nos deixa amargos constrangimentos.

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