sábado, 1 de abril de 2017

O Papa Francisco



As Igrejas não são mais do que seitas. Penso que uma seita também não é mais do que um grupo que se vai organizando por agregação de membros catequizados contra algo que consideram mau ou maléfico, tentando através de ordens (catecismos) impor a sua vontade. A Igreja católica constituiu-se na época de Constantino e teve no Concílio de Niceia as suas primeiras linhas estatutárias. Como todas as seitas, ela foi agregando cada vez mais correligionários, umas vezes pela palavra e muitas vezes pela força. Penso que deve ter sido mais ou menos como no tempo do Estado Novo “se queres ser funcionário público tens de ser Legionário”. Pregando uma moral que convinha aos Estados, era também uma forma de levar os povos para o sossego, que pensando na vida para além da morte, deixavam tranquilos os governantes. Como seita criada pelos estados manteve-se sempre ao lado destes, sejam eles ditatoriais ou democráticos, com poucas excepções. Devido a tal, muitas outras seitas apareceram com ideias, às vezes semelhantes, mas combatendo a organização clerical. Temos os exemplos da Maçonaria, Rosa Cruz, etc., e até algumas satânicas.
As seitas, bem organizadas, sempre tiveram chefes. Na   católica temos o Papa, na Maçonaria os grão-mestres, etc… falemos então dos papas. Estes foram quase senhores do Mundo. Na antiguidade o papa, sediado (não gosto da palavra pois cheira-me a feito de seda), direi, pois, implantado praticamente no centro da Europa, punha e dispunha sobre reis e governos, aceitando-os ou destituindo-os. Com o cisma, as reformas, etc., os reis foram-se impondo e libertando-se desse jugo, que era apenas “divino” e não político.
Tivemos papas bons e papas maus. Alguns, demasiados, foram déspotas, corruptos, desbragados, pedófilos, homossexuais, abusando da luxúria. Com a modernidade foram assentando tornando-se mais cautelosos. Houve também os muito crentes e os assim, assim.
Presentemente temos um Papa de quem eu gosto. Parece bom tipo e, apesar de ainda nada ter alterado, tem uma conversa mais aberta sobre certos dogmas difíceis de entrar em cabeças pensantes. Já houve um que acabou com o Limbo, outro que mandou o Purgatório às couves, outro que não gostava de preservativos e este que agora até defende as mulheres deixando o problema do aborto à consciência das mesmas e até já se armou em bombeiro apagando as chamas do inferno.
Agora, este Papa, decepcionou-me. Penso que o nosso Xico 1º não acredita em Fátima, não pode acreditar que uma terrena, a mãe de Jesus, se tenha armado em tordo e, voando por cima das azinheiras, se tenha dado ao trabalho de vir falar de segredos de alta política e estratégia, como a conversão da Rússia, a três crianças quase analfabetas, em que a mais velha era burra que nem um soco, além de mitómana compulsiva. Já em França, apareceu a “Bernardette”, que além de mitómana era atrasa mental. Como costumo dizer, por que é que a dita santa, não apareceu na faculdade de filosofia falando para uma turma do último ano acompanhada pelo catedrático? Pois, mas o certo é que o nosso Xico vem a Fátima quando eu pensava que não viria. Decepciono-me. Mais uma vez o povo vai ser enganado, quando para lá for à procura de milagres que só acontecem aos paraplégicos mentais. Milagre seria ir lá um tipo sem uma perna e voltar com as duas, mas isso…. Pois sim…
Olha, rapaz Xico, espero que tenhas discernimento suficiente para transmitires ao povo ideias políticas de como democraticamente se devem comportar para levar o poder a pugnar pelos seus direitos e deixes de criar nas suas cabeças ideias de entrega a poderes “divinos” que nada resolvem. Se fizeres isso, estás perdoado.


2 comentários:

  1. Pois é, meu caro amigo Coronel; Infelizmente parece que as coisas se combinam para se perpectuar um obscurantismo absolutamente inaceitável em pleno século 21! É como diz, eu também gostaria de ver um milagre desses ou, como se depreende, de origem divina, bem mais expressivo e inquestionável! Como diz a outra, a igreja católica anda bem " poucochinha " no que diz respeito a milagres!Afinal qual foi o milagre dos pastorinhos? Parece que anda tudo a gozar com o zé povinho que, pelos vistos, vai continuando a gostar do que parece uma palhaçada! Venha um milagre de acabar com as guerras ou, pelo menos, com o sofrimento atroz de crianças que não pediram para virem a este vale de lágrimas, crianças a quem a expressão se aplica com toda a propriedade. Um abraço e parabéns pelos seus lúcidos artigos.

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