Quando era capitão, pouco antes
da minha primeira mobilização para Angola, um amigo que tinha sido admitido na
IBM, trouxe-me uma série de testes que tinha feito para a sua admissão. Esses
testes eram uma espécie de problemas antigos da 4ª classe e tinham de resolver-se
60 numa hora, o que dava mais ou menos um minuto para cada um. Não era fácil. Esses
testes incluíam também uma série de problemas de lógica com séries de figuras
para escolhermos qual a que estaria logicamente na posição seguinte. Resolvi
aquilo mesmo ali ao pé dele e tive um valor próximo dos 85%. Para entrar era
necessário um mínimo de 60%. O meu amigo ficou entusiasmado e começou a
catequizar-me para fazer um curso, daqueles para clientes, lá na IBM. A coisa
agradou-me e, através da firma onde o meu Pai era contabilista, inscrevi-me e
lá fui fazer o curso. Felizmente estava colocado numa situação que me permitia
um horário livre. Fiz então um curso chamado de Desenho e Análise, que se
destinava a dar a clientes muitas noções de introdução aos computadores, noções
base de várias programações, Cobol, Fortran, RPG e o famigerado Assembler. Fazíamos
depois os terríveis organogramas e a organização de ficheiros. Temos de
lembrar-nos que ainda estávamos nos sistemas 3600 a trabalhar com cartões
perfurados. Como gostava da coisa fiquei em 2º lugar num curso de 40 e fui
sondado para ficar na IBM. Dado ser militar de carreira obviamente recusei e
pouco depois fui para Angola. Muito mais tarde, já Major e prestes a ser
Tenente Coronel, fui para a Guarda Fiscal onde se estava a pensar dar os
primeiros passos para a informatização. Aí, já na situação de Chefe do Serviço
de Finanças, foi nomeado um Major do corpo da Guarda para chefe do Núcleo de
Informática, que foi fazer vários cursos e se revelou um elemento excepcional.
Foram feitos vários programas para a actividade operacional, até que o Major me
veio falar para a possível informatização de toda a situação administrativa.
Vieram ao de cima os conhecimentos adquiridos na IBM e, em conjunto com o
núcleo de informática, desenhei e elaborei toda a análise para contabilidade,
orçamentação, cativação de verbas, conta de gerência, etc. Após isso visitei
todas as unidades e dei instrução para a utilização dos terminais.
Ao fim de um ano tudo era feito
por computador totalmente “on line” e em rede para toda a GF. Começaram a
aparecer os primeiros PC’s e o sistema MS Dos e, rapidamente me meti neles. Ao
sair da GF pedi para passar à reserva e empreguei-me numa firma de transportes
e, num computador com uma capacidade que estava à distância do meu actual
telemóvel como da Terra à Lua, apenas 40 megabytes, montei e executei toda a
contabilidade e a gestão de frotas. Uns dois anos depois fui contratado pela
Fábrica de Chocolates Regina, para Director Administrativo. Aí, o computador
geral já era o 360 e havia por lá dois rapazes bons programadores em
Cobol. A contabilidade foi programada
por uma firma exterior e já continha contabilidade analítica, mas não fazia
ainda a gestão de custos dos produtos. Estava em voga uma espécie do actual Excel,
o QuatroPró, e com ele informatizei toda a formatação de custos de produtos
ligando-os à contabilidade analítica. Apareceu então o Windows com associação
aos; Excel, Word, Powerpoint e Access. Em conversa com o Major da GF, ficáramos
amigos, o bichinho do Access foi entrando e, mais ou menos como autodidacta e
umas ajudas, lá fui aprendendo a construir e programar bases de dados. Na
altura já era sócio do Clube Português de Tiro a Chumbo em Monsanto e, quando
fui convidado para Director Tesoureiro, elaborei Bases de Dados para gestão de
sócios com cobrança de quotas e também para gestão da venda de senhas de tiro
para as várias modalidades bem como para a gestão de contas bancárias, registo
de correspondência, gestão do armeiro, armazéns de pratos, etc.
A actual Base de Dados da Associação
dos Pupilos do Exército foi elaborada (a custo zero) à semelhança da gestão de
sócios do Clube de Tiro e funciona desde 2009 tendo sido apoiada e alterada sempre
que necessário. Muito trabalhinho me tem dado.
Está agora na altura de colocar
esta ou outra base de dados a trabalhar na Net, com todas as funcionalidades
que isso permite, até por que os meus 80 anos não me vão dar muito tempo para
continuar a gerir aquela BD de forma útil. Estamos a pensar nisso e a ponderar formas
e custos. Como sempre estarei aqui para ajudar e apoiar. Veremos o que daqui
sairá.
Falando no clube de tiro do Monte das Perdizes, creio que era esse o nome, fiquei a pensar na razão (se houve alguma) que levou á solução que hoje está á vista de toda a gente! Informaram-me que tudo foi roubado, os vidros estão partidos, a porcaria invade todos os espaços e, ninguém, JÁ NINGUÉM, se interessa em dar qualquer útil destino! Parece que também o dito parque ecológico, de triste memória, está pelas ruas da amargura! Tanta raiva, tanta inveja, estão a esboroar-se como corolário duma incompetência que deveria ter sido parada em tempo útil! A quem beneficia aquele miserável estado de decadência no meio do parque que representa os pulmões de Lisboa? Há, ainda, o célebre restaurante panorâmico de Monsanto que, imagino, deve ser um viveiro de ratos! Resumindo, como de costume, o povo português deve estar contente! Os fascistas não dão mais tiros nem jantam na mais linda paisagem de Lisboa! Vox populis.
ResponderEliminarPois é meu Amigo. Acabaram connosco e no fim a montanha pariu um rato. Dizia-se que um dos restaurantes de Monsanto iria ficar com aquilo, fazer obras, piscina, parque para crianças, etc. Até agora parece que nada. Eu nem lá vou para não chorar...
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