Ao lerem este título, os meus
amigos leitores destes pobres artigos aqui do meu blog e que não sejam muito
cinéfilos, devem dizer: “Este tipo pirou de vez”.
Normalmente, quando me apetece ir
ao cinema, não perco muito tempo com a escolha do filme a ver. Vou a Net, ligo
para o “site” do Corte Inglês (fica-me relativamente perto, tem 15 salas e não
pago parque), leio as sinopses e vejo os “traillers”. Esta 6ª feira 11 de Maio,
ao fazê-lo, deparei-me com um título a que achei uma certa graça. Guernsey – Sociedade Literária da Tarte de
Cascas de Batata”. Curioso, fui ler a sinopse e pareceu-me que o argumento
teria algo de interessante. Os outros filmes ou já os tinha visto, ou não me
disseram nada de especial. Fomos, pois, eu e a mulher, ver o filme em questão
e, digo-vos que não me arrependi por várias razões:
1. É cinematografia inglesa.
2. É sobre livros.
3. É sobre relações humanas.
4. É sobre sentimentos.
Não sendo nenhuma obra de arte ou
um filme excepcional, deixa no espectador a ideia de que vale a pena ajudar
pessoas a ultrapassarem sentimentos reprimidos, exorcizando os seus fantasmas
através da doação total daquilo que têm de melhor, amor e compreensão.
Começa por eu nem sequer saber da
existência de uma ilha britânica, na mancha, junto à costa de França e que esse
território tinha sido ocupado pelo exército alemão durante a 2ª guerra mundial.
Mas vamos ao resumo da história:
No pós-guerra em Londres (1946)
uma escritora/jornalista, Juliet Ashton, não muito famosa, mas que acabara de
ter algum sucesso com o seu primeiro livro, recebe uma carta de um agricultor
de Guernsey, chamado Dawsey Adams, na qual lhe revela que tem um livro que lhe
pertence ou outrora lhe pertenceu por conter uma dedicatória que lhe é dirigida
pelo autor. Curiosa, inicia uma série de correspondência com Dawsey e com
várias pessoas da ilha que lhe revelam fazerem parte de uma sociedade
literária, que no fim é um grupo que se reúne a miúde para lerem livros em
conjunto. O nome nasce devido a um episódio passado durante a ocupação ao serem
apanhados em incumprimento da hora de recolher, por terem estado reunidos a
comer um porco assado que sonegaram à rapacidade das tropas alemãs, acabam por
justificar que estavam apenas a ler numa sociedade. Tendo-lhes sido perguntado
que sociedade era essa, um dos intervenientes, que tinha feito e levado uma
tarte de apenas com cascas de batata (pouco mais havia para comer), mostra-a e
tenta dá-la a provar aos militares. Estes recusam e acabam por deixar seguir o
grupo. Pelos vários depoimentos que vai obtendo, Juliet começa a interessar-se
e a pensar que aquela história poderia muito bem ser o argumento do seu próximo
livro. De tal maneira se deixa envolver pelo assunto que resolve visitar aquela
ilha deixando para trás os seus anteriores planos com muita pena do seu editor
e do seu riquíssimo namorado americano.
Na sua permanência na ilha desenvolve
uma relação de amizade com toda a comunidade, principalmente com os membros da
Sociedade Literária da Tarte de Cascas de Batata. Mas dentro dessa sociedade há
fantasmas nas mentes de alguns por casos passados durante a ocupação, que as
pessoas há muito escondem, mas que a pouco e pouco vão revelando.
Tudo o que Juliet ali vive, entra
de tal modo na sua vontade de ajuda que a leva a constituir laços de grande
amizade com todos os intervenientes e até de amor que a pouco e pouco começa a
sentir por Dawsey, mas ao qual tenta não ligar em demasia. Mas tudo isso vai
modificar a sua vida. Na ilha conhece pessoas boas, pessoas más, alguma inveja
e também traição. E mais não digo para não tirar o interesse a quem queira ver
o filme. Digo-vos que dei por bem empregue o tempo que levei a vê-lo.
O elenco não é muito conhecido,
dado a nossa grande tendência para os filmes americanos, mas todos excelentes
actores, principalmente a protagonista, Lily James, que nos transmite uma
simplicidade de carácter com uma profusão dos mais belos sentimentos. A
realização é de Mike Newell que já nos tinha dado filmes como “Quatro Casamentos e Um Funeral", "Harry Potter e o Cálice de
Fogo", "O Amor em Tempos de Cólera", "Grandes
Esperanças", etc.
Vão ao cinema ou aproveitem-no
mesmo em TV quando aparecer. Vão gostar.
1º-Muito bem descrito quase me tentando ir ver! Tantas vezes que vi
ResponderEliminaressa ilha quando a sobrevoava na rota para Londres!
2º- Parabéns, escrito em bom português, com os espectadores a
admirarem o filme e não a espetar farpas na película!
3º- O meu amigo domina bem essas técnicas, as "sinopses, os trail
lers, marcações pela Net! Como estou a ficar troglodita!
Grande abraço do Jaime Moura
Obrigado Amigo Jaime Moura. Cá o velhote está a parecer-se com os putos da nossa época. Um utilizador da NET. Abração.
ResponderEliminarObrigado pela dica.
ResponderEliminarAproveitei-a e fui ver o filme, a um cinema muito perto de minha casa e onde não tenho problemas com o estacionamento do carro.
Dei por muito bem empregue o tempo.
A história, tal como a tua escrita, é leve, directa, muito bem construída, fácil de seguir e dispõe bem. Apesar de nela sobressair o côr de rosa, é entre-cortada aqui e além por situações com algum dramatismo demonstrativas do que de melhor (quase sempre) e de pior (uma vez) existe no ser humano.
Sem qualquer intuito publicitário, acompanho-te na sugestão de ser visto.
Ainda bem que o meu artigo serviu para alguma coisa. Saíste de casa foste ao cinema e até gostaste do filme. Mas tens razão. Há ali um bocadinho de rosa a mais. Serve para atenuar as partes mais negras.
ResponderEliminarAbração.