Porraaaaaaa!!!!!
É só o que me apetece
dizer depois que saí do cinema. Já me tinham dito que o filme era bom, mas ao
associar o título ao personagem patético e meio estúpido do psicopata inimigo
do Batman, não me puxava para uma ida ao cinema.
Após uma ou outra crítica
rápida de amigos que viram o filme, lá me despertou o interesse e, fui.
Excedeu tudo o que imaginava.
Excelente argumento, excelente interpretação e excelente final.
O filme retrata uma América
dividida em duas sociedades completamente distanciadas entre si. Uma rica,
opulenta e política, absolutamente alheada de uma outra de miséria moral pobre
em todos os sentidos, mas sem ser totalmente miserabilista, que tenta
sobreviver num mundo quase de caos, mas com vontade de sobressair através de
acções, sejam elas, do mundo do espectáculo ou do crime.
Um homem solteiro, que
vive com a mãe enferma a quem presta assistência, sofre de uma doença que lhe
provoca risos descontrolados em situações nada condicentes com essa manifestação
e, que se veste e caracteriza de palhaço (joker), de forma muito semelhante ao
inimigo do Batman, tentando viver da arte de comediante, mas para a qual não
tem ponta de talento. Frequenta um hospital, onde uma psiquiatra o vai tratando,
mais através de medicação do que propriamente por psicanálise.
O seu riso descontrolado,
provoca nos outros reacções de surpresa que muitas vezes acabam em gozação e violência,
levando-o a ripostar assassinando os seus detractores.
Mas, o pior da questão, é
que são os pobres e desalentados como ele, que lhe colocam na mão a arma com
que o nosso Joker assassina os que o ridicularizam e até os (ricos) que ele
julga serem os culpados da situação em que se encontra.
O mau SNS americano acaba
por lhe retirar o apoio e nem os medicamentos consegue obter.
E assim, um homem que
tenta fazer rir os outros e inserir-se dentro de uma normalidade de vida, acaba
tornando-se um assassino.
Não vou aqui contar o
filme. Vejam-no e apreciem-no e, só vos digo que o final é de… morte.
Uma interpretação
excepcional do actor, até aqui desconhecido para mim, Joaquin Phoenix. Um pequeno
papel de Robert de Niro, sempre igual a si próprio e um lote de excelentes
actores secundários.
Um retrato de uma América
triste, inculta e feia. Saí perturbado, amarfanhado, mas satisfeito e mais
culto.
Vão ao cinema.
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