Podem-me continuar a chamar um
grande “chato” e acusarem-me de bater na mesma tecla, mas mais uma vez chamo a
atenção para quem tem fé em deuses protectores, aqueles que todos os dias pedem
ao divino que lhes “dê” as condições necessárias a uma vida melhor, para se
interrogarem e perguntarem a si próprios, por que deus os protege e se esquece
dos povos mais desfavorecidos. Todos os dias vemos as desgraças que acontecem
pelo nosso mundo e, muitas delas, até são culpa dos elementos da natureza e não
nossa. As que a humanidade perpetra, até é desculpável que deus se esteja nas
tintas. Certamente pensará: “Já que as fizeste, agora aguenta-te no balanço e
sofre as consequências”. Mas estas naturais? Eu pergunto: Porquê? Bem poderia
dar uma mãozinha e afastar as calamidades para os grandes centros, os grandes hotéis,
a casa branca, as assembleias das repúblicas. Aí sim, podia mandar para o
bé-lé-léu uma cambada de filhos de prostitutas que só lixam isto tudo. Agora
matar e deixar em situações miseráveis milhares de humanos que vão morrer de
fome, de cólera, de frio, de sede?
Claro que mais uma vez o vosso
deus se demitiu das suas funções humanitárias, simplesmente porque não existe. Compete-nos,
pois, a nós, os mais favorecidos, ajudar o nosso semelhante, mas estas notícias,
chegam-nos ao jantar via TV, enquanto mordemos a perna de frango, a costeleta
de porco, o pudim molotov, o café, etc… dizemos: “Que grande desgraça, Maria!
Lembra-me amanhã de fazer um donativo para a Cruz Vermelha”. No dia seguinte lá
enviamos vinte euritos para a conta aberta para o efeito e, continuamos a nossa
vida. Os crentes, esses, vão até à igreja e rezam por si e pelos seus,
esquecendo-se da desgraça que já ficou para trás.
(Publicado também no Facebook)
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