Nas diversas mitologias, houve
vários deuses solares, ou seja, eram a antropomorfização do sol, tais como:
Mitra, Mazda, Hórus, Krishna, Adónis, Dionísio, etc.
Quase todos esses deuses eram representados devidamente
aureolados, como se o sol emanasse das suas cabeças (vejam as figuras ainda
hoje usadas de Jesus e dos santos cristãos).
Vou referir mais pormenorizadamente
dois deles: Mitra e Hórus.
Mitra era um deus persa cujo
culto era já referido 1000 anos antes da data em que os cristãos presumem ter
nascido Cristo, e Hórus 2000 anos antes.
“Mitra nasceu de uma virgem; nasceu no dia
25 de Dezembro; nasceu numa cova ou numa gruta; foi adorado por pastores; foi
adorado por três magos ou sábios 12 dias depois do seu nascimento, a 6 de
Janeiro, que interpretaram o aparecimento de uma estrela no céu como anúncio do
seu nascimento, pregou incansavelmente entre os homens a sua mensagem de bem
por oposição ao mal; fez milagres para gáudio dos que o seguiam; foi
perseguido; foi morto; ressuscitou ao terceiro dia; o rito central do seu culto
passava pela distribuição de pão e vinho entre os iniciados presentes, numa
forma de eucaristia de composição e fórmula em tudo idênticas à que a Igreja
Católica viria a adoptar.
Já na mitologia de Hórus, que teve o seu
auge cerca de 2.000 aC., se passa exactamente mesma coisa. Hórus é filho de
Osiris e de Isis, a sua mãe virgem que engravidou de um espírito com a forma de
um falcão, com a curiosidade ainda de ter um pai terreno com a profissão de carpinteiro.
Também foi traído, torturado e morto, ressuscitando ao terceiro dia, o mesmo
dia 25 de Dezembro.” (1)
Mitra nasce a 25 de Dezembro,
Hórus ressuscita a 25 de Dezembro. Ambos nascem de virgens. Hórus é anunciado
por um espírito com forma de falcão. Mitra é adorado por Magos a 6 de Janeiro.
Mitra é anunciado por uma estrela que alerta os Magos para o seu nascimento. O
pai terreno de Hórus era carpinteiro. Ambos são deuses que defendem o bem em
oposição ao mal, são ambos perseguidos, torturados e assassinados e também
ressuscitam ao 3º dia. Mitra distribuía pão e vinho aos seus seguidores como
iniciação (forma eucarística).
Jesus nasce de uma virgem a 25 de
Dezembro e é anunciado por uma pomba. É adorado por pastores e Magos que viram
numa estrela do oriente a concretização da chegada do Messias (episódio apenas
referido no evangelho de Mateus). O seu pai terreno, José, é carpinteiro. Defende
o bem contra o mal e realiza milagres (apenas durante 3 anos dos 30 aos 33). É
perseguido, torturado e morto. Dizem as escrituras que ressuscita ao 3º dia (apesar
de, bem contado, ter sido apenas em um dia e meio).
Coincidências? Talvez não. Todos os
outros deuses que acima refiro são descritos com situações muito idênticas.
Parece-me pois que todas as
religiões são cópias umas das outras. A judaica da egípcia, a cristã da
judaica, a islâmica da cristã e todas elas de cultos pagãos de deuses solares,
como tantos houve. Muitas destas religiões foram impostas como religiões do
estado e demasiadas vezes pela força. Como fenómeno antropológico as religiões
não podem ser ignoradas mas, quanto a mim, mais como estudo do que como modo de
alcançar benefícios divinos ante e após morte.
O meu amigo e piloníssimo Paulo
Mendes Pinto, doutor em religiões, que me perdoe pelo atrevimento deste, apenas,
curioso.
(1) Excerto
de um texto de Luís Grave Rodrigues.
Assunto muito curioso, para mim demasiado polémico tais são as evidências, mas que, já agora, gostava de ver continuado, pois que, porventura, poderia resultar em agradáveis dissertações, Um abraço do Jaime Moura
ResponderEliminarMeu Amigo
ResponderEliminarTambém gostaria de continuar e provavelmente vou fazê-lo, só que para isso é precisa muita bagagem e não sei se será o meu caso. Abraço
Assumo o risco de ignorar a minha própria ignorância neste assunto e ousar ter uma opinião. Uma opinião que é talvez mais um impulso suscitado por uma tremenda incapacidade de digerir todas estas evidências que só me fazem descrer. É claro que respeito a existência de muitos destes fenómenos, mas aceito-a no sentido dr acreditar que tais cultos existiram, mas não na sua verdadeira existência tangível. São para mim fenómenos de fé e de uma recorrente necessidade que o ser humano sente em acreditar nalguma coisa que ele considere superior, para seu conforto espiritual, mas não consigo, por mais esforço que faça e por mais escritos de todas as épocas que me apresentem, acreditar na génese de qualquer religião, seja ela qual for.
ResponderEliminarDepois de muitos anos sem me preocupar em me classificar nesta matéria, cheguei à conclusão que serei agnóstico. Terei talvez resolvido a minha questão interior, uma vez que me parecia, por outro lado, difícil admitir sem base espiritual ou científica, que não acreditava em nada, estando eu consciente de que o próprio facto de em nada acreditar me deixaria sempre uma dúvida, a de não encontrar resposta definitiva para o nascimento da terra, do universo e de todos os mistérios que ficariam assim indecifráveis... Ora, eles continuam indecifráveis, mas talvez me sossegue mais acreditar que não sei a que se deve tudo isto que nós somos e nos rodeia e paralelamente acreditar que algo, um fenómeno espiritual, uma energia, o desconhecido, enfim, terão sido os responsáveis pela nossa existência na sua incomensurável perfeição e infinita incorrecção...
As religiões têm sido ao longo dos tempos processos de sacralização do desconhecido. Uns mais próximos de uma perfeição inatingível, outros que de tão imperfeitos ferem a nossa inteligência. Mas todos eles são encenações de uma farsa que conforta aqueles que nelas julgam ou se forçam a acreditar. Daí, talvez esta coincidência de encenações em que datas, sinais e pseudo factos se repetem, apenas com ligeiras alterações... Reescrever toda uma religião seria trabalhoso demais, quando tudo se baseia na crença e na fé e portanto nada de muito novo seria necessário inventar para que as pessoas se resignassem a usar essa mesma fé. Os actores, os cenários, as falas e as situações podem ir mudando pontualmente, mas a história mantém-se, uma vez que o objectivo é quase sempre o mesmo, fazer as pessoas acreditar numa encenação e visão espiritual do desconhecido...
Como tu dizes, o nosso amigo Paulo Mendes Pinto, que me perdoe esta divagação por terrenos tão sinuosos e nevoentos, mas mais pecado, menos pecado, em matéria de liberdade de interpretação e se o pecado realmente existe... valha-me a superior complacência do Universo!...
É melhor o comentário de que o "post". Assim vale a pena. Tens que ler mais Stephen Hawking para te irem as dúvidas sobre o universo. Eu, com o pouco que sei mas auxiliado pela Net (Whikipédia), vou tentar escrever sobre outros deuses redentores seguindo o conselho do meu amigo Jaime Mpoura.
ResponderEliminarMeu Caro Jaime Moura desculpe lá o p que saiu em Moura. Ainda não aprendi a corrigir um comentário depois de publicado. Lá chegarei.
ResponderEliminarMeu estimado amigo Cor. Telo, nisso que me diz de tentar corrigir um comentário eu tenho fé que sim! Conheço-o, sei que gosta de escrever e, portanto, como diz, TENHO FÉ que chegue essa correcção; Acredito que isso acontecerá porque tenho razões, intelectualmente palpáveis, de que irá fazê-lo; Isto resume a ideia que tenho de fé, que, julgo eu, nunca se poderá confundir com certeza! Naturalmente eu não tenho a certeza de que o Sr vai fazê-lo, mas tenho razões palpáveis, objectivas, para ter fé: Acontece que me tenho deparado com outro tipo de afirmação de fé, aquela que se refere ao "ALÉM", á vida para além da morte que, com tristeza e humidalde minhas, não consigo vislumbrar algum indício de sustentação! Que fé é esta? Onde se fundamenta, ou no quê? Chego a pensar, nas minhas cogitações, que isto se assemelha mais a medo para quem não tem discernimento, nem coragem, para assumir o que, realmente lhe parece! Gostava, meu amigo, de ver as suas considerações sobre tal assunto. Um abraço do Jaime Moura
EliminarVou enviar-lhe por msg de mail uma tentativa de "policial" que escrevi há uns tempos. Nos dois primeiros capítulos escrevi algo que de certa maneira responderá ao seu comentário. Abraço
EliminarAmigo
ResponderEliminarNunca me debrucei sobre as bases em que assenta qualquer religião, por isso, falta-me a bagagem que me permita comentar o teu escrito, aliás primoroso e que, creio, assente numa história credível.
Assim, resta-me apenas acreditar nas minhas convicções pessoais, como se pode verificar no soneto que segue.
Um abraço.
Tiago
A fé
A fé é uma esperança, um querer,
É quase uma certeza, uma alegria,
Um modo interior de se viver,
Um sonho que se tem por companhia.
A fé não tem razão, não tem saber,
Sente-se e não se explica em teoria,
É como um presente que se irá ter
Hoje, amanhã, depois, em qualquer dia.
A fé é promessa que não foi feita,
Uma prece que se espera ser eleita,
Um crer só por querer acreditar,
É a força alicerce deste mundo,
Último conforto do moribundo,
Algo que não se vê p’ra se alcançar.
OK meu Caro Amigo. Sempre se disse que a fé move montanhas. A tua é inabalável. O teu soneto é uma obra de arte. Eu, como ateu, não quero colocar em causa qualquer religião, simplesmente por não seguir nenhuma, limito-me a usar aquilo que vou lendo, aprendendo e absorvendo através da história e dos que sabem mais do que eu. Cada seguidor de uma religião acredita que só a sua é verdadeira sendo todas as outras simples mitologias. Ora, se cada uma considera as outras falsas, onde está a verdadeira? Vou continuar a escrever sobre isso. Abraço
ResponderEliminarCom muita pena, mas com respeito, quase a certeza não é certeza nenhuma, é um pranto que chora no peito, sem resposta nem firmeza como da onda se desfaz a espuma! É choro de criança que no adulto se faz ouvir, é uma mãe que embala p´ro filho fazer sorrir! Fé será esperança numa eternidade desejada? Pois que seja, mas na realidade não vale nada! J.M.
EliminarO meu Caro Amigo tem uma linda prosa poética. Abraço
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