Acabei de publicar neste blog os
ensaios de Ingersoll sobre os deuses. Não me move qualquer animosidade contra
os crentes, antes pelo contrário. Como ateu aceito e respeito todas as crenças,
mas acho-me no direito de mostrar aquilo que penso. Ingersoll, líder político,
livre-pensador e excelente orador norte-americano, já no século 19 dissertava
sobre estes assuntos e com um poder de argumentação que eu, com muita pena
minha, não possuo. Com tudo isto apenas quero demonstrar que o homem não
necessita de ser religioso, nem crente, para viver dentro dos parâmetros do bem
e da ordem. Na minha opinião o homem crente não é livre, estando sempre
dependente do julgamento de um deus e como tal limitado, com medo de infringir as
leis divinas. Podem dizer-me que também estamos sujeitos às leis dos homens.
Pois estamos, mas nessas, através da democracia, podemos interferir. Votamos
naqueles que julgamos serem os melhores para governarem e, se uma lei for
considerada má ou injusta, há formas de lutar para que seja modificada ou
revogada desde que se queira e tenha vontade disso. As leis de deus, que até
foram pensadas e escritas por homens, são consideradas irrevogáveis e aí, quem
delas se desviar, sofre o castigo dos infernos, da excomunhão, da luta com a
sua própria consciência e o medo da punição. Isso não é liberdade, é estar
sujeito a uma entidade na qual acreditam que vela por nós e rege os nossos
procedimentos. Por causa dessas crenças é que surgem os fundamentalismos e
muito mal se faz aos outros por se pensar que é deus quem assim manda.
Felizmente que, na actualidade, o deus dos cristãos é o mais moderado, mas o
dos judeus e o dos muçulmanos continuam demasiado fundamentalistas e é o que se
vê por esse mundo fora. A animosidade entre crentes dos diversos deuses é
tremenda, sendo as religiões do livro as piores nesse aspecto. Hindus,
taoistas, budistas, baai, e outras, não se hostilizam salvo muito raras
excepções. Perdoem-me pois a ousadia e mais uma vez o meu obrigado pela vossa
paciência.
Sem comentários:
Enviar um comentário