Gosto de livros e gosto de música e muita coisa sobre isso já coloquei aqui no blog, o que escrevi abaixo foi publicado no Boletim da Associação dos Pupilos do Exército e, portanto, muitos já conhecem. Se sim passem ao lado. Para quem não conhece é uma sugestão para que oiçam boa música
Hoje vamos falar
simplesmente de música. A música, a chamada “boa” música, é como o cinema.
Assinalo a palavra boa porque boa é toda aquela de que nós gostamos, seja ela
clássica, moderna, rock ou pimba. E digo que é como o cinema, porque ver um
filme no sossego e ambiente de uma sala própria, não é a mesma coisa de o ver
em casa na TV. Na nossa sala, jantamos, a mulher fala, o cão ladra, a porta
toca, os putos berram e nós acabamos por ver o filme atravessado, perdendo
normalmente pormenores de muito interesse. Com a música é a mesma coisa. Esta
deve ouvir-se ou em salas de concerto ou na nossa sala sozinhos, colocando o CD
no aparelho e deixar a quadrifonia espalhar o som de forma, a que o mesmo entre
pela nossa cabeça. Sentados na cadeira da sala de concertos ou no sofá da sala,
de olhos fechados e ouvido aberto, até podemos “ver” as notas a serem colocadas
na pauta pelo compositor, identificar os naipes instrumentais, e imaginar o
maestro à frente de uma grande orquestra.
É assim que gosto de
ouvir a minha música, ou melhor, gostava, porque, entretanto, o laser do
aparelho pifou e ainda não comprei outro. Limito-me agora a colocar o CD no
computador e ligar este ao amplificador. Também resulta.
Depois deste intróito
vamos então dissertar um pouco sobre árias, aberturas, adágios e quejandos, que
valem a pena ouvir, daquele tipo de música de que mais gosto, que é como já é
sabido, a dita clássica.
Coloquem o CD no
local próprio e rodem o adágio da Thais,
de Massenet e deixem-se envolver por
essa linda e romântica melodia que nos deixa arrepiados pelo som sublime. Podem
depois passar para uma bonita ária, como por exemplo Ó Meu Banbino Caro da ópera
Gianni Schicchi, de Puccini. Desta
ária existe uma muito boa interpretação de Maria Calas, mas também muitas
outras de grandes sopranos. Oiçam a seguir a Serenata de Toselli, o Adágio
de Albinoni, o Intermezzo da
Cavalleria Rusticana de Mascagni ou o Adagietto
da sinfonia nº 5 de Mahler.
Poderão também optar
por obras como: As quatro Estações, de
Vivaldi, a Abertura 1812, de
Tchaikovsky ou a Abertura de O
Morcego, de Strauss.
Todas estas músicas
que aqui refiro, são excelentes exemplos que desmistificam a música clássica,
mostrando quão simples, romântica e melodiosa ela pode ser como qualquer canção
dita ligeira. Depois destas audições, estou certo que os meus caros amigos, que
não as conheciam, ficarão adeptos e aqueles que já conhecem e apreciam, vão já
para o vosso salão mais amplo, colocar o CD na aparelhagem e recordar alguma ou
todas estas excelentes obras. Não ponham o som demasiado alto, não só para não
darem cabo dos ouvidos, como também para que os vizinhos, menos apreciadores,
não comecem a bater nas paredes. Deixem a música penetrar nas vossas
consciências e vão ver como depois, estarão mais despertos, sensíveis e
conscientes do que vos rodeia e abertos para compreenderem os vossos
semelhantes. Se tiverem netos, poderá ser uma boa forma de iniciação à
apreciação da bela música, aproveitando também para falarem um pouco sobre a
vida e obra dos autores. Serão, de certeza, os ouvintes do futuro. A boa música
merece ser ouvida e divulgada.
Para lhes dar um cheirinho aqui fica o link da "Meditação" da Thais numa interpretação da orquestra de câmara da nossa GNR:
http://www.youtube.com/watch?v=M6eRCT_hr1E
E o Adágio de Albinoni com lindas paisagens:
http://www.youtube.com/watch?v=XMbvcp480Y4
E ainda o belíssimo adagietto da sinfonia nº 5 de Mahler dirigido por Bernstein:
http://www.youtube.com/watch?v=bFXBR5Cd0ao
Sem comentários:
Enviar um comentário