quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Árias, aberturas, adágios e quejandos.

Gosto de livros e gosto de música e muita coisa sobre isso já coloquei aqui no blog, o que escrevi abaixo foi publicado no Boletim da Associação dos Pupilos do Exército e, portanto, muitos já conhecem. Se sim passem ao lado. Para quem não conhece é uma sugestão para que oiçam boa música


Hoje vamos falar simplesmente de música. A música, a chamada “boa” música, é como o cinema. Assinalo a palavra boa porque boa é toda aquela de que nós gostamos, seja ela clássica, moderna, rock ou pimba. E digo que é como o cinema, porque ver um filme no sossego e ambiente de uma sala própria, não é a mesma coisa de o ver em casa na TV. Na nossa sala, jantamos, a mulher fala, o cão ladra, a porta toca, os putos berram e nós acabamos por ver o filme atravessado, perdendo normalmente pormenores de muito interesse. Com a música é a mesma coisa. Esta deve ouvir-se ou em salas de concerto ou na nossa sala sozinhos, colocando o CD no aparelho e deixar a quadrifonia espalhar o som de forma, a que o mesmo entre pela nossa cabeça. Sentados na cadeira da sala de concertos ou no sofá da sala, de olhos fechados e ouvido aberto, até podemos “ver” as notas a serem colocadas na pauta pelo compositor, identificar os naipes instrumentais, e imaginar o maestro à frente de uma grande orquestra.
É assim que gosto de ouvir a minha música, ou melhor, gostava, porque, entretanto, o laser do aparelho pifou e ainda não comprei outro. Limito-me agora a colocar o CD no computador e ligar este ao amplificador. Também resulta.
Depois deste intróito vamos então dissertar um pouco sobre árias, aberturas, adágios e quejandos, que valem a pena ouvir, daquele tipo de música de que mais gosto, que é como já é sabido, a dita clássica.
Coloquem o CD no local próprio e rodem o adágio da Thais, de Massenet e deixem-se envolver por essa linda e romântica melodia que nos deixa arrepiados pelo som sublime. Podem depois passar para uma bonita ária, como por exemplo Ó Meu Banbino Caro da ópera Gianni Schicchi, de Puccini. Desta ária existe uma muito boa interpretação de Maria Calas, mas também muitas outras de grandes sopranos. Oiçam a seguir a Serenata de Toselli, o Adágio de Albinoni, o Intermezzo da Cavalleria Rusticana de Mascagni ou o Adagietto da sinfonia nº 5 de Mahler.
Poderão também optar por obras como: As quatro Estações, de Vivaldi, a Abertura 1812, de Tchaikovsky ou a Abertura de O Morcego, de Strauss.
Todas estas músicas que aqui refiro, são excelentes exemplos que desmistificam a música clássica, mostrando quão simples, romântica e melodiosa ela pode ser como qualquer canção dita ligeira. Depois destas audições, estou certo que os meus caros amigos, que não as conheciam, ficarão adeptos e aqueles que já conhecem e apreciam, vão já para o vosso salão mais amplo, colocar o CD na aparelhagem e recordar alguma ou todas estas excelentes obras. Não ponham o som demasiado alto, não só para não darem cabo dos ouvidos, como também para que os vizinhos, menos apreciadores, não comecem a bater nas paredes. Deixem a música penetrar nas vossas consciências e vão ver como depois, estarão mais despertos, sensíveis e conscientes do que vos rodeia e abertos para compreenderem os vossos semelhantes. Se tiverem netos, poderá ser uma boa forma de iniciação à apreciação da bela música, aproveitando também para falarem um pouco sobre a vida e obra dos autores. Serão, de certeza, os ouvintes do futuro. A boa música merece ser ouvida e divulgada.
Para lhes dar um cheirinho aqui fica o link da "Meditação" da Thais numa interpretação da orquestra de câmara da nossa GNR:

http://www.youtube.com/watch?v=M6eRCT_hr1E


E o Adágio de Albinoni com lindas paisagens:

http://www.youtube.com/watch?v=XMbvcp480Y4


E ainda o belíssimo adagietto da sinfonia nº 5 de Mahler dirigido por Bernstein:

http://www.youtube.com/watch?v=bFXBR5Cd0ao

E por agora chega. Se estiverem interessados procurem os outros temas no Google.

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