sábado, 5 de maio de 2012

CAVALLERIA RUSTICANA


(Estreia em Roma, no teatro “Constanzi” em Maio de 1890)


Hoje vou falar um pouco sobre uma das muitas óperas de Pietro Mascagni, mas a única que teve êxito e é mais conhecida, no entanto, há outra que também continua no repertório actual mas não tão ouvida (L’Amico Fritz).
Mascagni foi um compositor que viveu na 2ª metade do século XIX até à 2ª metade do século XX (1863/1945). Foi considerado um percursor do chamado “verismo”, óperas que seguiram obras literárias consideradas realistas. Este compositor foi um admirador incondicional do “Duce”, Benito Mussolini, em honra do qual compôs uma ópera chamada “Nerone”. Era um fascista, no entanto, ninguém lhe tira os méritos como músico.
A “Cavalleria Rusticana” é uma ópera de apenas um acto em duas partes, separadas apenas por um “Intermezzo”, mas apresentada normalmente sem interrupção pois dura apenas 1 hora e um quarto. Esta ópera teve um enorme êxito ao qual o autor foi alheio, pois foi a sua mulher que a inscreveu numa espécie de concurso sem que o marido soubesse.
Há também um facto que aqui quero referir porque normalmente, aqui em Portugal, muita gente intitula esta ópera de Cavalaria Rusticana, ora esta obra não tem nada a ver com cavalos ou cavaleiros. Lembro que em italiano, “cavallero” tem os dois significados, cavaleiro e cavalheiro, mas em português temos palavras diferentes apesar de uma derivar da outra. Cavalheiro derivou do cavaleiro, aquele que pugnava pelos ideais da cavalaria, ou seja, abnegado, corajoso, educado e atencioso para com as damas. Assim, a ópera em português deve dizer-se “Cavalheria Rusticana”, de cavalheirismo rústico.
A cena passa-se numa aldeia siciliana e trata de amor, traição, ódio e honra, ingredientes bastantes para uma verdadeira tragédia. Um rapaz (Turridu) ao voltar do serviço militar, descobre que a sua noiva (Lola) casou com outro. Uma outra rapariga (Santuzza) é por ele seduzida e engravida. A antiga noiva continua enamorada e tenta reconquistar Turridu. Santuzza levada pelos ciúmes informa o marido de Lola (Alfio), da traição de sua mulher. O Duelo é inevitável e a tragédia consuma-se…

O “Intermezzo”, já referido, é dos adágios mais belos que ouço com bastante regularidade. Se tiverem oportunidade de ver esta ópera, por decerto vão dar o tempo como bem empregue. Como prémio de consolação, podem escutar aqui o belo “Intermezzo”, nestas duas interpretações:



2 comentários:

  1. Hoje, 24/7, ao rever este meu "post" verifiquei que o teu comentário foi apagado e já não me lembro porquê. Foi a teu pedido ou acidental?

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