Acabei de almoçar. Comi duas espetadinhas de porco grelhadas. Separei as lamelas intermédias de toucinho. Talvez não comendo a gordura me livre do colesterol que entope as artérias. Será? Agora andam aí umas mensagens pela net a dizer o contrário. As doenças cardiovasculares parece que são causadas pelas inflamações das artérias e os culpados são os demasiados hidratos de carbono, óleos ómega 3, 6 e quejandos. Afinal a margarina não presta e devemos é comer a dieta das nossas Avós como; carnes grelhadas, manteigas, banha de porco, couves e cereais. Já me estou nas tintas. Sei que o almoço me soube bem. Ajudei a mulher a levantar a mesa e pensei que nada tinha que fazer nesta tarde. Sentei-me no maple e liguei a TV. Grécia, mercado comum, união europeia, opiniões do Hollande, Merckel, etc… Continuo nas tintas. Já me tiraram tudo; osso, tutano, esperanças, alegria de viver. Fiz um "zapping" e fui acabar no canal “ Mezzo” como quase sempre. Sorte a minha. Começava a apresentação de um festival da orquestra de Lucerna, sob a direcção de Claudio Abaddo. A obra apresentada era o “Adagietto” da sinfonia nº 5 de “Mahler”. Não sou crente, mas perante tal criatividade, tal virtuosismo de interpretação, tal manifestação de arte, penso que a natureza deve enviar raios cósmicos aos cérebros de certos seres, que os leva a criarem manifestações tão sublimes e soberbas.
Pergunto a mim próprio o porquê de uns possuírem este virtuosismo e outros não serem sequer capazes de se libertarem da pobre carcaça. Pois! Tenho de me limitar a ser um ouvinte, já que o raio cósmico não me atingiu, mas ao ouvir tal manifestação de sensibilidade criativa, tal transmissão de sentimentos interiores, libertei-me dos pensamentos negativos que o “meu” (lagarto, lagarto, lagarto) governo me incute e, voltei a ter, momentaneamente, aquela alegria, que, até aqui, me tem acompanhado na vida. Enfim, voltei a viver com mais um pouco de interesse. Vamos a ver por quanto tempo.
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