O Estado continua, até hoje, a manter os militares reformados e muitas viúvas, espoliados do complemento de reforma a que têm direito por legislação devidamente aprovada e promulgada. Estamos no final do mês de Maio e estes complementos deveriam ter sido pagos dia 18 aquando do pagamento das pensões pela Caixa Geral de Aposentações. O governo, responsável pela gestão do Estado a que todos nós portugueses, militares e civis pertencemos, continua, quero posso e mando, sem dar sequer explicações sobre estes assuntos. Se não há dinheiro, arranjem-no. Houve dinheiro para salvar os ladrões do BPN, há dinheiro para financiar a banca, um dos grandes responsáveis pelos descalabros financeiros que nos conduziu à situação deplorável em que nos encontramos, mas para pagar a militares pertencentes à geração que fez a guerra colonial, que fez o 25 de Abril, que passaram anos nas matas africanas em comissões sucessivas, não há dinheiro. O Fundo criado foi obra de políticos e assumido por políticos. Se foi mal constituído corrijam-no. Mas a responsabilidade é do governo.
Cada vez mais, os partidos políticos que têm governado o país, no pós 25 de Abril, nos mostram que não estão aqui para governar os portugueses, mas sim para se governarem e criarem situações legais que os perpetuem no poder. Nós portugueses, temos de parar isto. Temos de demonstrar por todos os meios o nosso descontentamento. As Associações representantes dos militares, quer do activo, quer da reserva e reforma, tem feito e entregue a quem de direito, vários comunicados a denunciar estas situações. Até aqui nada resultou.
Era bom que alguns membros do governo, em vez de se servirem dos serviços de informações para obtenção de benesses pessoais, se servissem deles para auscultarem o desagrado do povo espoliado nos seus direitos, sem emprego, com fome e a viver de auxílios de organizações de solidariedade. Talvez assim começassem a por as barbas de molho.
Como estamos em democracia, nas próximas eleições votarei em branco e, exorto daqui, quer militares quer civis, que também o façam para demonstrarmos a nossa indignação.
Durante toda a nossa vida foi assim, porventura durante todas as vidas assim foi! Sempre houve dificuldades, maiores ou menores, interesses gananciosos com as suas apropriadas lutas onde, por degeneração espiritual, se embrenharam, sem escrúpulos, os ávidos do sangue dos seus semelhantes! Sempre, ou quase sempre (que se saiba), esses movimentos terminaram em tragédias de dimenssões quase inimagináveis, mas, parece, ninguém aprendeu coisíssima nenhuma! Dizem os pseudo-intelectuais, á distância de gerações que lhes turvam o sentimento, que dessas tumutuosas movimentações advieram tempos novos e avanços gigantescos para a humanidade, resumindo, em poucas palavras e em hipócritas justificações, as catástrofes a que foram sujeitos os seus semelhantes! Tudo, portanto, para eles, valeu a pena! É de prever, consequentemente, que, daqui por uns tempos haja o mesmo tipo de eruditos pensadores a respeito da presente tragédia de Portugal!
ResponderEliminarAnalizando, de dentro, os "porquês" destes acontecimentos, podemos, pelo menos em alguma percentagem, perceber a razão de tais percursos; Na realidade parece que eles não foram desejados, mas muito consentidos; Vemos, sem qualquer dificuldade, que há aqueles que esperam vir a ser beneficiados, assim como que a jeito de pagamento pelo seu silêncio, pela postura de prontidão para sentar á mesa da vilanagem, na voragem de sôfrega comesaina que sobrou dos despojados transformados em esqueletos retorcidos que jazem, quiçá, em vala comum que eles cobrem de terra para esquecerem donde lhes veio o ouro!
APRECIO a serenidade de alguns! Numa época em que, com toda a legitimidade e coragem, se espalham "mail's de alerta e protesto contra o vilipendiar dum país e dum povo, esses continuam calados e não são, tão pouco, uma ponte que permita o caminho daqueles que dão a cara ( e o corpo ) em defesa dos seus direitos! Tenho, portanto, para mim, que estão esperando mais uma hipótese de mesa farta!
AFINAL SEMPRE ASSIM FORAM. Também votarei em branco, mas,já, sem esperança.j.m.
Este seu comentário é uma obra literária. Bem digo eu que o meu amigo devia dedicar-se à escrita. Mal escrevo eu e farto-me para aqui de botar letras no "éter" da Net. Obrigado por a minha prosa lhe merecer tal comentário.
ResponderEliminarAbraço