(Texto escrito para ser lido na escola, pela filha da minha empregada, por altutra da Páscoa. O mote era a Páscoa)
Um menino foi passear com a Mãe para um jardim muito bonito. A Mãe fez-lhe um lanche para ele levar e disse-lhe que se fosse sentar num banco enquanto comia. Entretanto um velhote sentou-se ao seu lado para descansar. O menino vendo que ele não trazia nada para comer perguntou-lhe educadamente se ele era servido do seu lanche. O velhinho agradeceu mas recusou. Disse que estava muito cheio pois tinha tido, de véspera o seu jantar de Páscoa com a família toda e que ainda estava enfartado pois tinha comido muito borrego assado. O menino perguntou: – Vocês comem borrego assado na Páscoa? – Sim. Respondeu. – Nós, os Judeus comemos sempre borrego na Páscoa. – Tu és Judeu? Perguntou o garoto. – O que é ser Judeu?
Então, o velhote, resolveu explicar ao menino, que há muitos e diferentes povos com costumes, tradições e religiões diversas mas que essas diferenças não devem afastar as pessoas, mas sim uni-las e até fazer com que aprendam o porquê das diferenças. E começou a contar:
– Há muitos anos o povo Judeu foi viver para um País chamado Egipto e por lá andou muitos anos. O meu Povo adorava um único Deus ao qual obedeciam segundo aquilo que se encontrava escrito num livro chamado Bíblia. Esse livro foi sendo escrito ao longo dos tempos por pessoas que se diziam enviadas por Deus e todos nós seguíamos os seus ensinamentos como se da palavra do próprio Deus se tratasse. Os Egípcios, por seu lado, adoravam vários deuses e ficavam muito zangados por os Judeus dizerem que o seu Deus é que era o verdadeiro. Então os Egípcios zangados prenderam todos os Judeus e fizeram deles seus escravos obrigando-os a trabalhar à força sem lhes pagarem e ainda por cima com muitos castigos. Um dia apareceu um homem chamado Moisés, que tendo sido criado pelos Egípcios, se veio a saber que era Judeu. Esse homem tornou-se o chefe dos Judeus e resolveu libertá-los do cativeiro (explicar o que quer dizer cativeiro) e levá-los para uma Terra que se dizia ser a Terra que Deus lhes prometera. Como os Egípcios não os queriam deixar ir, pois assim perderiam os seus escravos (explicar o que é escravidão), o Moisés pediu ajuda ao seu Deus e este enviou para a terra castigos contra os Egípcios. Para que os castigos só caíssem em cima destes e não dos Judeus, Deus disse que em todas as casa judias, os seus ocupantes, teriam de matar um borrego e com o sangue deste fazer uma cruz na porta pois assim os males enviados (castigos) saberiam que as casas eram de Judeus e não entravam. Os Egípcios, com medo dos castigos, acabaram por deixar sair os Judeus que foram com o Moisés para a tal terra prometida. Essa terra é a Palestina onde actualmente muitos Judeus vivem num País chamado Israel. Desde esse tempo os Judeus comemoram esta época como a sua Páscoa e por tradição matam um borrego e comem-no com toda a Família, estejam em que sítios estiverem. É pois esta, a Páscoa dos Judeus.
O menino ouviu esta história com muito interesse e disse: – Mas a nossa Páscoa não tem esse motivo! – Pois não. Disse o velho. – Vocês, aqueles que acreditam em Jesus, comemoram a Páscoa nesta época porque foi neste tempo que Jesus foi preso pelos Romanos e posto na cruz. Como Vocês acreditam que Jesus voltou a viver, ressuscitou, fazem deste tempo festa como nós fazemos por motivo diferente. Estas histórias são muito antigas e estão escritas em livros também muito antigos. As pessoas têm o direito de acreditar naquilo que pensam ser a verdade, mesmo que às vezes a verdade não seja essa. O facto das pessoas acreditarem em histórias diferentes, não as faz também diferentes. Devemos, portanto, aceitar que os outros pensem de forma diversa da nossa. Todas as pessoas são seres humanos e iguais, mesmo que a cor da pele e a forma de falarem e a sua religião seja diferente. Não devemos pois, pôr de parte as pessoas que não pensam da mesma forma que nós. Com eles só teremos a aprender, assim como eles aprenderão connosco. Não devemos nunca fazer o que os Egípcios fizeram escravizando e guerreando um povo inteiro só por terem outra religião.
O menino aprendeu a lição e ficou muito amigo do senhor mais velho que não tinha a mesma religião que ele, mas que era bom, sabedor e contava histórias muito interessantes.
Em casa o menino contou à Mãe a conversa que tinha tido com o velhinho e também que tinha ficado a saber que havia duas Páscoas diferentes mas que as duas tinham o mesmo valor para as famílias.
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Comentário do autor. (obviamente não lido às criancinhas)
Ao escrever isto estou a engolir sapos, porque os judeus em Israel fizeram aos palestinianos o que os egípcios fizeram aos seus ancestros. Correram com eles para fora das fronteiras duma terra que lhes pertencia e ainda lhes roubaram mais uns bocadinhos à volta “à cause des mouches”, e aos que ficaram, não lhes deram os mesmos direitos. Isto, por seu lado, fez com que os palestinianos ficassem bravos de todo e, como não têm o mesmo poder, diga-se estruturas e armamento, armaram uns homens-bomba que rebentam com os Israelitas. Por outro lado, os cristãos, que nunca perdoaram aos Judeus o terem pedido a crucificação de Cristo ao desgraçado do Pilatos, que nem queria meter-se no assunto e até lavou as mãos, de tão sujas que estavam de tanta crucificação, começaram a perseguir e queimar Judeus e, até houve um gajo, de bigode à Charlot, que pegou na ideia e churrascou uns milhões deles. Como Palestinianos são árabes e estes, tendo o mesmo deus, dizem eles, mas não acreditam na divindade de Jesus, os Cristãos, bonzinhos, aproveitaram as divergências e toca de lhes mover caça grossa, correr com eles das suas terras e roubar também as deles através de uma guerra, chamada “santa” pois era em nome de deus. Tiveram os Cristãos tanto trabalho a promover o seu profeta divino, e bem promovido que quem não acreditava era queimado na fogueira. Queimaram, arrancaram as unhas, esmagaram os testículos e arrancaram os olhos a tantos durante 400 anos, que mais ninguém se atreveu a duvidar. Claro que chateados com tanta perseguição os gajos que acreditavam que tinha havido um deles a quem Allah ditou um livro apesar de ser analfabeto, chatearam-se e, apareceu até um, o Bin Laden, que se zangou. Conclusão: lá foram para o galheiro as torres gémeas orgulho dos Américas. Os Américas fanaticamente crentes e devotos a Cristo, mas que também gostam muito de petróleo, toca de perseguir os terroristas e pelo sim pelo não ficar também a administrar as terrinhas deles onde há uns buraquinhos que jorram aquele liquidozinho de que tanto gostam.
Tudo isto, resultado das diferenças entre tipos com pele diferente e diferente religião que no fim são todos criação da divindade que, segundo dizem, é amor e bondade. Porra! Se isto é bondade…???
O Zéquinha se estivesse nesta escola diria: – F***-se! Se isso é serem amigos e solidários, prefiro ter inimigos.
Eu cá por mim gostava era de ser cão!!!
Rui Cabral Telo
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